Italiano é favorito ao tri no MotoGP, mas agora vai ter o piloto mais titulado também com uma Ducati. As Aprilia parecem capazes de dar luta. Adaptação do português à nova Aprilia irá pesar no regresso aos êxitos. A 75.ª época do MotoGP terá as Ducati como favoritas e Pecco Bagnaia, Jorge Martin e Marc Márquez em foco.
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Francesco Bagnaia, “Pecco” para todo o mundo do MotoGP, renovou com a Ducati até 2026 por sete milhões de euros anuais, que poderão chegar a dez milhões se cumprir o objetivo de conquistar o terceiro título de enfiada. Os valores ficam longe de alguns contratos mais antigos, mas dão um sinal da força do turinense de 27 anos, que pela primeira vez ganhará mais do que o maior ídolo da atualidade e novo piloto da Ducati, Marc Márquez, que abdicou dos milhões da Honda - entre 10 e 15 anuais - para correr pela modesta Gresini ao lado do irmão.
O gesto ilustra a vantagem das motos fabricadas em Bolonha, mas outro construtor italiano, a Aprilia, parece não estar muito longe, tendo três pilotos com provas dadas: Aleix Espargaró, Maverick Viñales e Miguel Oliveira.
Terminando em 16.º a última época, a mais azarada das suas cinco no MotoGP - falhou quatro corridas por lesão -, o piloto português ambiciona andar entre os dez mais rápidos já no Catar, onde tem esta sexta-feira o primeiro treino às 12h45, amanhã a corrida sprint às 16h00 e domingo a principal às 17h00, para depois poder mostrar o seu valor no GP Portugal. O Algarve recebe a segunda de 21 provas entre os próximos dias 22 e 24.
O português, ao saltar da Aprilia de 2022 para a de 2024, terá as mesmas condições de Espargaró e Viñales, que na época passada conseguiram dois triunfos e seis pódios, e estará numa Trackhouse Racing que promete. A equipa norte-americana já originou uma mudança na transmissão televisiva do seu país, para a TNT Sports, e será dirigida por Davide Brivio, italiano que brilhou na Suzuki e chega da Alpine, equipa de Fórmula 1.
Apesar dos bons sinais da Aprilia (e da KTM), prevê-se que a discussão do título continue a ser entre os pilotos Ducati. Bagnaia, Jorge Martin e eventualmente Marc Márquez são favoritos. “Estou numa moto muito sofisticada e tenho de me adaptar. Há vários pilotos que conhecem melhor a moto. Vou aprender com eles”, disse ontem o espanhol, modesto.
“O top 10 está ao alcance”
Miguel Oliveira está mais confiante aos comandos da nova Aprilia e elogia o trabalho da equipa
Aos 29 anos, a única estrela portuguesa da história do MotoGP vai para sexta temporada, segunda na italiana Aprilia. Depois de dois top 10 (9.º em 2020 e 10.º em 2022) pela austríaca KTM, mostra-se optimista na antevisão ao arranque do Mundial, no Catar.
“Acredito que podemos construir um fim de semana muito sólido. Não quero estabelecer nenhum objetivo específico, mas estou convencido de que uma posição no top 10 está ao alcance”, explicou, ficando a dúvida se o objetivo se estende à classificação final do ano. Depois dos testes de Sepang, onde diz ter tido “dificuldades com as sensações da moto no início”, essas foram resolvidas já no último dia em da preparação, em Losail. “Estou otimista em relação a esta primeira corrida, ao terminar a última parte do teste com uma nota positiva. Ao olhar aos tempos por volta, sentimos que estamos lá”. “Agora temos um pacote muito competitivo”, anotou em relação à Aprilia de fábrica, tida como uma “moto com o foco para ter mais força descendente”. Ao ser “ajustada, sobretudo na altura”, o que estava a criar “muitas dificuldades nas curvas rápidas”, garante já ter uma montada “verdadeira e estável para entrar nas curvas em que perdia muito tempo”.