Bagnaia: "Não podermos agradar a todos. Quando o Rossi ganhava, diziam que era pela mota"
O piloto da Ducati explicou que foi apenas no GP de Inglaterra, em Silverstone - num fim de semana em que se debateu com problemas na mota, mas em que acabaria por vencer a corrida - que começou a acreditar que era possível chegar ao título.
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Numa entrevista a propósito da sua nomeação para receber o prémio Laureus de Retorno do Ano, em virtude de em 2022 ter recuperado de uma desvantagem de 91 pontos para se sagrar campeão mundial, Francesco Bagnaia mostrou-se "muito orgulhoso" com a nomeação para os prémios, que compartilha com o dinamarquês Christian Eriksen (futebolista, que regressou à Premier League após uma paragem cardíaca durante a Euro'2020), o norueguês Jakob Ingebrigtsen, atleta que recuperou da derrota nos 1 500 metros para conquistar o título mundial dos 5 000 metros, o norte-americano Klay Thompson, basquetebolista dos Golden State Warriors que se sagrou campeão da NBA após 30 meses ausente devido a lesões, a neerlandesa Annemiek van Vleuten, ciclista que superou uma doença para vencer o Tour de France Femme, e com o norte-americano Tiger Woods, golfista que voltou ao Masters após um acidente de carro que ameaçou a sua carreira.
"Sinto que estamos a fazer um bom trabalho. Mas, ver o meu nome ao lado dos outros nomeados, é uma grande emoção. Sigo o Klay Thompson há muito tempo. É incrível estar nomeado entre estes nomes. Significa que estamos a fazer um bom trabalho. Temos de continuar assim. A recuperação do ano passado foi incrível", frisou Bagnaia.
O piloto italiano da Ducato, que já tinha sido campeão de Moto2 em 2018 diz que o Laureus é "o prémio mais importante do desporto" mas que esta nomeação é "consequência por ter ganho o campeonato de 2022".
"É um orgulho enorme. É como um ator ganhar um Óscar. Fiquei sem palavras quando soube [da nomeação]", disse.
O piloto da Ducati explicou que foi apenas no GP de Inglaterra, em Silverstone - num fim de semana em que se debateu com problemas na mota, mas em que acabaria por vencer a corrida - que começou a acreditar que era possível chegar ao título.
"Foi um fim de semana difícil para nós. Lutámos com a mota durante todo o fim de semana mas, na corrida, ganhámos. Foi importante para o campeonato. Reconheci que dando o meu máximo, mesmo que a mota não estivesse no melhor, era possível vencer. Foi nessa altura que percebi que era possível recuperar", revelou.
Confessando-se "grande fã" da Fórmula 1, que tem batido recorde de audiências, defendeu que o campeonato de MotoGP deve "continuar a evoluir", pois pode "proporcionar mais espetáculo".
"O espetáculo que podemos proporcionar aos fãs é maior que o da F1, podemos proporcionar grandes batalhas. A Dorna [promotora do campeonato] está a fazer um bom trabalho mas temos de dar mais um passo em frente", defendeu.
Recusando a ideia de ser favorito, mas admitindo que se sente "bem" depois dos testes de inverno, Francesco Bagnaia desvalorizou as críticas que lhe fazem e os que apontam a mota como o segredo da vitória.
"Sinto que é normal não podermos agradar a todos. Quando o Valentino [Rossi] ganhava, diziam que era pela mota. Quando o Marc [Márquez] ganhava, era pela mota. Há sempre 10% de pessoas que falam sempre mal de nós. Quando vemos os comentários ou ouvimos podcasts, sentimo-nos mal mas decidi que o mais importante é vencer. O que fica na história é o campeonato que ganhei e não as palavras das pessoas", sublinhou.
Quanto a favoritos na luta pelo título de 2023, foi taxativo: "Eu próprio, o Marc Márquez [Honda], o Fábio Quartararo [Yamaha] e o Enea Bastianini [Ducati]".
A MotoGP é a categoria rainha do Mundial de Velocidade em motociclismo, cujo campeonato arranca este fim de semana, em Portugal.
As categorias de Moto2 e Moto3 são as outras que estão em disputa.
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