Patinador Diogo Marreiros, que recentemente se sagrou tetracampeão europeu de velocidade, respirou de alívio por ver que o esforço de tantos e tantos anos foi finalmente recompensado
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Diogo Marreiros, do Roller Lagos, que brilhou no Europeu de patinagem, dominando a velocidade, salienta que parte do sucesso ficou a dever-se à formação de um grupo forte e às condições dadas pela Federação. Nos treinos, simulou os ritmos que veio depois a encontrar nas corridas
"Durante uma semana vivi um sonho enorme. As provas acabavam e eu nem acreditava que finalmente estava a conseguir um título. E depois foram dois, três, quatro...", exclama Diogo Marreiros, agora mais a frio, depois da tal semana em que conquistou quatro medalhas de ouro para Portugal, nos Europeus de patinagem de velocidade, que decorreram em Canelas, no concelho de Estarreja. "Já absorvi as conquistas e tenho festejado com a família e os amigos. É um alívio ver que o esforço de tantos e tantos anos foi recompensado. Ficámos todos extremamente contentes", sublinha ainda o patinador do Roller Lagos.
Após os títulos de vice-campeão europeu e vice-campeão mundial, Diogo Marreiros enumera algumas das razões que o levaram, desta feita, ao lugar mais alto do pódio, em todas as provas de fundo (10 e 15 mil metros), quer na pista, quer na estrada. "Foi um conjunto de fatores. O regresso do Martyn Dias, a inclusão do Manuel Martins e mais o Miguel Bravo permitiram a construção de um grupo forte. Eles também lutaram pelos melhores resultados individuais, mas ajudaram-me imenso a ser campeão", reconhece o algarvio. "A preparação foi excelente, simulando os ritmos que sabíamos poder encontrar nas provas. Com mais rotinas tudo ficou mais fácil. Todos sabiam o que tinham de fazer. E o facto de ser em solo português também ajudou", acrescenta Marreiros, destacando as condições "nunca antes" propiciadas pela Federação. "Até fizemos quatro estágios no local onde se realizou o Europeu", vinca, sem esquecer o treinador Paulo Batista e o selecionador Alípio Silva.
Diogo Marreiros reportou um outro pormenor, de todo curioso, relacionado com os principais adversários, que "já não estavam a achar graça nenhuma" ao domínio luso. "Deram-me os parabéns logo a seguir a ter conquistado o primeiro ouro, mas depois moveram-me uma marcação cerrada, com muitas batalhas e despiques para me travar. Valeu o lado físico e o psicológico e o não ligar a provocações", conta, sorridente.
Estágio no gelo...porque o sonho não acabou
O tetracampeão europeu de velocidade descansou uns dias e rumou à Alemanha, para a pista de Inzell, onde volta a estagiar no gelo, com o foco na qualificação para os Jogos Olímpicos de inverno, que pode obter via Taças do Mundo, marcadas para novembro e dezembro. Por estes dias regressa a Lagos, para uns merecidos dias de férias, mas curtos, porque o sonho não acabou e depois das medalhas o objetivo aponta para os Jogos de Inverno. Ou seja,o sonho de Marreiros prossegue e a aposta no gelo continua de pé.