O JOGO falou com seis dirigentes do Campeonato Placard e, embora haja temas que os separam, todos estão de acordo num ponto: não haverá mais competição esta temporada.
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Os clubes querem que a Federação de Andebol de Portugal dê o campeonato por terminado, pode concluir-se depois de O JOGO ouvir seis dirigentes, alguns a garantirem que isso mesmo ficou definido num encontro com os responsáveis federativos.
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"O Águas Santas mantém a sua posição, a de que não há condições para o campeonato continuar. Aliás, essa posição já foi demonstrada junto da Federação, é oficial", assegura Manuel Cruz, vice-presidente dos maiatos. "A resposta é fácil e vai de encontro à posição de todas as equipas da PO1 [Campeonato Placard]. Não pode haver mais campeonato, não estão reunidas condições", assume Carlos Silva, do Vitória de Setúbal. "A Federação tem reunido com os clubes e adiado uma decisão. O Belenenses entende que já não há grande espaço para retomar o campeonato em condições normais e também não parece lógico que fazer três jogos por semana seja a solução", refere, por sua vez, Pedro Lourenço, do Belenenses, com Carlos Matos, "vice" do ABC, a concordar: "Não há nenhuma condição de saúde pública para que o campeonato termine, não há tempo nem condições para isso, é claro como a água que a competição deve ser dada como terminada".
"A Federação irá apresentar um pacote de apoio aos clubes e esta demora deverá ser por isso", diz José Costa, presidente do Avanca
Se os clubes se mostram de acordo, José Costa, presidente do Avanca, foi ainda mais longe. "O campeonato, e está claro entre os clubes, deve acabar. Agora, o que não faz sentido é que não seja homologado e que não haja um campeão. Não só pelo aspeto desportivo, porque o FC Porto foi a melhor equipa, e houve uma fase em que jogaram todos contra todos, mas também pela credibilidade junto dos nossos patrocinadores", sublinhou. "Com que cara bato à porta de uma empresa, tendo de dizer que não houve um campeão?", questionou.
"O campeonato deve acabar, porque não há condições. O Boavista acha que as opiniões não devem ser tomadas em função do lugar que os clubes ocupam na tabela e, posto isto, achamos que deve haver um campeão, o primeiro classificado, e que não deve haver descidas. Isto a exemplo do que aconteceu com a maioria dos países europeus", disse também Mário Ferreira, diretor da equipa do Boavista.
"O Belenenses não é parte interessada nessa questão, mas entendemos, no entanto, que o que acontecer em Portugal não deve ser muito diferente do que está a acontecer no resto da Europa; não somos uma ilha", defendeu Lourenço, dos azuis do Restelo, sublinhando, como todos, que "o Belenenses estará solidário com a decisão da FAP".
Sobre esta matéria, a mais sensível, Carlos Matos tem uma opinião distinta: "Tomar essa decisão é competência da Federação, mas acho, por uma questão de lógica e bom senso, que se a federação decretar campeão, deve homologar-se todo o campeonato e aí haverá descidas e subidas. Não sendo declarado campeão, não deverá haver descidas e eventualmente poderá haver subidas". Carlos Silva, dos sadinos, defende a sua dama: "Não deve haver descidas, o Setúbal investiu fortemente na fase final e, não sendo possível continuar, não deve haver descidas de divisão. Seria altamente injusto."