Departamento de andebol do Boavista acusa a Direção do clube, liderada por Rui Garrido Pereira, de ter cometido "falhas graves"
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Direção e toda a equipa técnica do departamento de andebol do Boavista apresentaram a demissão, com efeitos imediatos, tendo tal decisão, tomada de forma unânime, sido já comunicada ao presidente do clube, Rui Garrido Pereira. Em causa, apurou O JOGO, está a falta de condições, motivada por aquilo que tanto direção como equipa técnica consideram uma perda irreversível de confiança na atual direção do emblema axadrezado. Os elementos demissionários colocam as responsabilidades de um eventual fim do andebol no Boavista na equipa de Garrido Pereira.
Esta quarta-feira, o Departamento de Andebol dos axadrezados emitiu um comunicado a este respeito.
O comunicado na íntegra:
"COMUNICADO | Departamento de Andebol do Boavista FC
Informamos que, por decisão unânime, a Direção do Departamento de Andebol e toda a equipa técnica apresentaram a sua demissão com efeitos imediatos.
Esta decisão, resulta da total ausência de condições para continuar a exercer funções, motivada por uma perda irreversível de confiança na atual Direção do Clube.
Ao longo deste mandato da Direção do Clube, fomos confrontados com falhas graves que inviabilizam qualquer planeamento sério e colocam em risco a continuidade da modalidade:
• Promessas não cumpridas, como o alegado acordo com a Câmara Municipal para horários de pavilhão, que resultou na perda total dos mesmos;
• Falta de respeito pelo trabalho desenvolvido, omissões e mentiras constantes, sem comunicação institucional consistente e sem um interlocutor definido;
• Ausência de projeto estruturado para as modalidades, marcada pela inércia, incompetência e abandono.
Esta postura da Direção do Boavista FC tem sido uma constante desde o início do mandato, como comprova a demissão em bloco da estrutura da Direção do Futsal no final da época passada.
Exemplo disso é a equipa sénior ter iniciado o campeonato com apenas dois treinos realizados em pavilhão nas últimas duas semanas, e os escalões de formação estarem sem treinar desde 5 de setembro.
Apesar deste cenário, orgulhamo-nos do trabalho realizado: em quatro anos quase duplicámos o número de atletas (de 70 para 130), colocámos regularmente jogadores nas seleções nacionais e regionais (na época 2024/2025 foram 19), e alcançámos resultados históricos, como a Final Four Regional de Sub-16 e a melhor classificação de sempre no Nacional Sub-18, ambas na época 2024/25.
Atualmente, a nossa formação está entre as cinco melhores da Associação de Andebol do Porto, com um quadro técnico de excelência e um projeto sólido e reconhecido.
É, neste momento, a única modalidade coletiva de pavilhão do Boavista FC com um projeto desportivo de excelência, com objetivos concretos e bem definidos - transformar a Formação e elevá-la ao patamar das três melhores da Associação de Andebol do Porto - objetivo que estava em marcha e muito próximo de se concretizar.
Infelizmente, em vez de apoio, fomos deixados ao abandono. A responsabilidade pelo eventual fim do Andebol no Boavista FC recai inteiramente sobre a atual Direção do Boavista FC, que falhou em todos os aspetos fundamentais da gestão e valorização da modalidade.
A nossa saída é um ato de integridade. Não pactuamos com a mediocridade, a desinformação e a falta de respeito.
Saímos de cabeça erguida, com a consciência de termos sempre defendido o nome do Boavista FC com dedicação, paixão e amor à camisola, mas com a firme convicção de que esta Direção do Boavista FC não está à altura da história, nem das exigências da grandeza do Boavista Futebol Clube e das exigências que se avizinham no futuro para a Instituição."