A missão de dar voz ao interior: 12.º GP O JOGO/Leilosoc parte para a estrada a 25 de abril
12.º Grande Prémio O JOGO/Leilosoc foi apresentado em Mêda, onde se associará ao 25 de Abril. O arranque vai ser especial, por coincidir com as comemorações da Revolução dos Cravos, levando a animação a regiões que, como lembraram os autarcas, “gostam de receber os ciclistas”.
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As primeiras pedaladas do 12.º Grande Prémio O JOGO/Leilosoc, ainda que simbólicas, já foram dadas na Mêda, com João Mourato, presidente da Câmara Municipal local, a receber autarcas e representantes de Trancoso, Vila Nova de Poiares, Barcelos e Paredes, restantes pontos centrais de uma corrida que não pára de crescer, honrando o seu passado de glórias, e terá este ano quatro etapas, entre 25 e 28 de abril, totalizando 565 quilómetros e cerca de 14 horas de competição para os corredores das nove equipas profissionais portuguesas e seis de clubes (sub-23), incluindo a espanhola de Zamora.
“O Grande Prémio O JOGO tem uma longa tradição e lançou alguns valores do ciclismo, como Delmino Pereira, único que o ganhou duas vezes”, lembrou o diretor de O JOGO, Jorge Maia, destacando que a ligação deste “jornal desportivo ao ciclismo” terá este ano um caráter especial, porque “arranca, simbolicamente, num dia de festa, o das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril”. O duas vezes vencedor, atual presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, lembrou de imediato ter uma modalidade que representa, para quem anda de bicicleta, “um momento de liberdade”, tendo ainda uma “capacidade de divulgação acima da média”, que utiliza para “promover o território, tendo uma ligação profunda às populações do interior”
Mêda, cidade estreante na prova, vai dar a primeira partida, “numa conciliação de vontades com Trancoso”, lembrou João Mourato, garantindo que a sua cidade tem “as portas abertas aos ciclistas, sendo um orgulho recebê-los e importante que tornem estas terras mais faladas”, até porque Mêda está a “atravessar um bom momento desportivo”, com resultados importantes no futebol e no futsal.
Em Trancoso, já uma tradição no Grande Prémio O JOGO, a população “gosta de ciclismo”, garante Amílcar Salvador, presidente da câmara, que vê a corrida como uma forma de “afirmação do território”, além de um meio de “incentivar os jovens para a prática desportiva”.
Já com 77 etapas na sua história e cumprindo sempre a missão de dar voz ao interior, a corrida deste jornal, que em 1990 lançou a Volta a Portugal do Futuro, vai este ano dar outro impulso ao ciclismo jovem: a 28 de abril, horas antes da decisão dos profissionais, Paredes receberá o 1.º Troféu de Juniores O JOGO.
Três gerações de grandes ciclistas
João Mourato entusiasmou-se ao receber Joaquim Leite, o ciclista que fazia capas de jornais a 25 de Abril de 1974, por brilhar na Volta a Espanha, Delmino Pereira, vencedor do GP O JOGO em 1990 e 1992, e Cândido Barbosa, o mais laureado ciclista português deste século, ao somar 123 triunfos. Eram três gerações de estrelas do ciclismo, os dois últimos com uma particularidade: um preside à Federação Portuguesa de Ciclismo, o outro é o maior candidato à sua sucessão.
Corrida para decidir a subir
A 12.ª edição do GP O JOGO/Leilosoc, contando com 15 equipas, deverá ter 105 ciclistas à partida, tendo um primeiro final duro em Trancoso, um para sprinters em Vila Nova de Poiares e depois decisões no final a subir o Monte da Franqueira, em Barcelos, e em duas montanhas (Viso e Barrosas) a caminho de Paredes.