Guardião de 38 anos já havia deixado a seleção de Espanha, mas a lesão de Vargas levou Jordi Ribera a chamá-lo de urgência. Foi figura na final com a Suécia.
Corpo do artigo
À quinta final, a Espanha derrotou a Suécia, por 29-23, e sagrou-se campeã europeia pela primeira vez, juntando o título continental aos dois Mundiais - Tunísia"2005 e Espanha"2013 - que tem no palmarés. Esta é a notícia saída da final do campeonato da Europa de 2018, jogado na Croácia, que teve a França como medalha de bronze, relegando a Dinamarca para a quarta posição e os anfitriões para a quinta.
No entanto, há uma história que merece ser contada e que tem a ver com Arpad Sterbik, o guarda-redes de origem sérvia que teve um papel fundamental na conquista espanhola. Com 38 anos, Sterbik, eleito o melhor jogador do mundo em 2005, havia deixado a seleção na temporada passada. Na quarta-feira, com a lesão de Gonzalo Perez de Vargas no jogo frente à Alemanha, o técnico Jordi Ribera ficou com apenas um guarda-redes, Rodrigo Corrales, e recorreu a... Sterbik, que estava de férias há uma semana. O jogador do Vardar viajou na quinta-feira para Zagreb, no dia seguinte a federação espanhola anunciou a troca de jogadores, atuou logo na meia-final, frente à França - fez três defesas em cinco remates - e, na final, entrou pouco antes do intervalo, fez uma exibição fantástica e foi decisivo na reviravolta espanhola e consequente conquista.
Sem treinar - "Nós conhecemos o Sterbik e ele conhece-nos a nós, temos um sistema onde nos sentimos bem e somos uma equipa, não importa quem está dentro ou fora do recinto", disse Viran Morros -, o guarda-redes assumiu-se, especialmente na segunda parte, altura em que o jogo mudou. A Suécia esteve melhor nos primeiros 30 minutos, foi para o intervalo a vencer, mas depois, com uma atitude defensiva espetacular - mudança de 6:0 para 5:1 - , a Espanha deixava os atacantes nórdicos confundidos e sem soluções de ataque. De tal modo que aos 50 minutos vencia por 25-17, ou seja, em 20" os suecos haviam feito três golos. Sterbik levava, por essa altura, impressionantes 58 por cento de eficácia. O jogo estava ganho e o título conquistado.
Referência ainda para o MVP do Europeu, Jim Gottfridsson (Suécia), e para o melhor marcador: Ondrej Zdrahala (República Checa), com 55 golos.