A imagem foi partilhada pela Federação Portuguesa de Canoagem
Corpo do artigo
A imagem foi partilhada pela Federação Portuguesa de Canoagem e é demonstrativa da gravidade da situação que se vive em Montemor-o-Velho. A legenda ajuda a perceber a dimensão das inundações resultantes de vários dias de mau tempo naquela região, fruto da passagem das tempestades Elsa e Fabien. "Hoje tira-se assim o material do CAR de Montemor-o-Velho. No imagem Rodolfo Neves e Élio Henriques a remar pela rotunda de acesso ao CAR com o material de lazer atrelado! tTalvez a mais forte imagem da situação atual vivida em Montemor-o-Velho", lê-se na legenda.
A situação de cheias na zona do Baixo Mondego ainda preocupa as autoridades, apesar do débito do caudal do rio ter descido face aos valores acima do nível de segurança registados no sábado, disse fonte dos bombeiros.
"A situação do comportamento do rio Mondego ainda nos preocupa e ainda nos preocupará nos próximos dias, eu diria também nas próximas semanas", disse hoje aos jornalistas Carlos Luís Tavares, Comandante Operacional Distrital de Coimbra (CODIS).
O comandante operacional afirmou que as previsões meteorológicas são "favoráveis" para os próximos dias, "sem registo de precipitação" - o que permite, junto com a gestão na barragem da Aguieira, baixar os caudais no Açude-Ponte de Coimbra "para valores entre os 1.700 a 1.800 metros cúbicos por segundo (m3/s)", quando no sábado chegaram aos 2.200 m3/s, acima do valor de segurança de 2.000 m3/s.
"Ainda assim, estes caudais são preocupantes. Porque a pressão no dia de ontem [sábado] andou na ordem dos 2.200 m3/s e pode ter criado alguma fragilidade [nos diques] que temos de, diariamente, minuto a minuto, acompanhar, quer na margem direita quer na margem esquerda", enfatizou o CODIS.
Carlos Luís Tavares disse ainda que a abertura no dique da margem direita do Mondego, que colapsou na tarde de sábado, tem "entre 50 a 100 metros".
"Aquilo que prevíamos veio a acontecer, com o colapso de uma das margens, felizmente foi a margem direita [em que a água do rio corre para os campos agrícolas] e não a margem esquerda, que envolveria muito mais gente [por estar mais perto de povoações, localizadas entre Coimbra e Montemor-o-Velho]", declarou.
Ao longo da madrugada e manhã de hoje, o nível das águas no vale central do Mondego tem vindo gradualmente a subir, atingindo mais de um metro de altura num dos acessos à vila de Montemor-o-Velho - onde se situam as vias de acesso ao Centro Naútico e povoação de Alfarelos, e a nova ponte das Lavandeiras, estrutura que substituiu uma outra, destruídas nas cheias de 2001 - que, no final da noite de sábado, ainda estavam transitáveis, constatou a Lusa no local.