Médico da Seleção responsabiliza os problemas físicos na Seleção por uma temporada desgastante
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Henrique Jones garantiu esta terça-feira que a propensão para lesões era maior antes deste Mundial do que habitualmente. "Os exames sanguíneos, imagiológicos, de hidratação, de suporte energético, deram garantias de estarem em condições de um bom desempenho. Só os índices de suspeição lesional eram superiores, pelas sobrecargas competitivas em 2013 e 2014", declarou o médico da Seleção Nacional, Henrique Jones, numa conferência conjunta com Humberto Coelho que esta terça-feira decorreu no Brasil.
Apesar dos índices lesionais, "o que diriam se nós não os tivéssemos tentado recuperar como aconteceu?", questionou depois. Especificamente quanto a Cristiano Ronaldo, considerou: "Ronaldo teve a primeira lesão a 6 de abril, no tendão rotuliano, depois omitiu-se um pouco isso e falou-se mais da lesão muscular. Ronaldo, nunca, em dois meses e meio, treinou como agora, antes ele quase nem treinava, só jogava. Temos uma grande simpatia com o departamento médico do Real Madrid, estivemos sempre a par de todos os exames de Ronaldo e a par do esquema de resguardo e gestão de treino dele. Ronaldo estava em condições de competir, medicamente, clinicamente apto." Jones explicou ainda que Ronaldo só fez uma ressonância magnética desde que se juntou à equipa: "Antes do jogo com o México, fizemos a única ressonância, que nos tranquilizou quanto ao rotuliano. As tendinopartias arrastam-se mas há fases assintomáticas, ele até hoje tem estado praticamente assintomático, a não ser um pequeno incómodo. E quando vimos que não inspirava cuidados, soltámos o Cristiano para o treino. A imagem do tendão rotuliano estava muito melhor do que quando fez a ressonância em Madrid".
Quanto ao clima, o médico da Seleção garante não ter tido influência no desempenho dos atletas. "As condições climatológicas não são graves a ponto de limitar o desempenho de forma relevante. Se houver cuidado na hidratação não há riscos no desempenho. O problema pode é ser a recuperação do esforço feito a esta temperatura. Se normalmente se demora 48 a 72 horas, nestas condições, 72 horas transformam-se em 80, o tempo de recuperação é maior. Teríamos que estar um mês em Manaus e 15 dias em Salvador. Nunca conseguiríamos adaptar-nos a cem por cento", disse, mostrando-se depois tranquilo quanto ao seu futuro na federação: "Não estou preocupado, porque nem sou dos quadros da federação." Jones contou ainda que fez oito ressonâncias e 12 ecografias, revelando estas apenas três lesões musculares: de Coentrão, Hugo Almeida e Patrício. As restantes foram apenas mialgias.