Filho de um antigo futebolista da URSS com o mesmo nome que esteve presente nos mundiais de 1958 e 1962, Valentin Ivanov foi árbitro internacional e ficou conhecido, infelizmente, por uma arbitragem desastrada neste Mundial na Alemanha.
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Foi ele quem dirigiu o encontro entre Portugal e a Holanda, dos oitavos de final. Um golo de Maniche, aos 23 minutos, a passe de Deco, foi suficiente para os portugueses entrarem com todo o mérito nos quartos de final e aumentarem na nação as esperanças de que os magriços tinham, finalmente, seguidores. Um encontro cheio de peripécias, que foram aumentando com o passar do tempo e da falta de sensibilidade do russo para dirigir um jogo entre duas equipas que eram muito iguais em qualidade e que tinham ambas o sangue quente.
Alguns dos 16 cartões amarelos que mostrou, quatro deles resultaram em vermelhos porque foram acumulados, até tiveram uma boa explicação porque os jogadores não foram amigos uns dos outros, mas o estado de nervos a que o encontro chegou teve o dedo de Ivanov, hoje com 52 anos, professor na vida extra futebol. Ivanov bateu o recorde de cartões mostrado num torneio do género e levou uma valente reprimenda de Joseph Blatter: "O árbitro não esteve à altura do jogo e estragou-o. Ele, sim, merecia um cartão", declarou então o dirigente.
Na verdadeira batalha de Nuremberga, a 25 de Junho, foi Portugal quem mais sofreu... mas quem sorriu no fim. Costinha e Deco foram os dois excluídos lusos, sendo que o mágico do Barcelona saiu do terreno aos 78 minutos. Portugal fez o resto do jogo com nove, contra dez holandeses (Boulahrouz viu o vermelho aos 63', Van Bronckorst também mas apenas aos 90+5).
Quem saiu a chorar deste jogo foi Cristiano Ronaldo. O jovem português, então com 21 anos, teve uma lesão muscular originada por uma entrada mais dura de um defesa holandês. Ainda esteve no relvado durante mais uns minutos, mas não aguentou e foi substituído aos 33 minutos por Simão. Saiu em lágrimas. Scolari acarinhou o craque do Manchester e manifestou a esperança na sua recuperação para o jogo dos quartos de final, com a Inglaterra. "Tem cinco dias para recuperar. Vamos acreditar que sim"...