Direção da Juventus demite-se após denúncias de fraude fiscal

Direção da Juventus demite-se após denúncias de fraude fiscal
Redação

Nos próximos meses o clube irá a eleições para eleger um novo presidente. Casos em investigação são referentes a 2020, ano de pandemia

A direção da Juventus demitiu-se esta segunda-feira, na sequência das denúncias de suspeitas de fraude fiscal. Deixam os seus cargos o presidente Andrea Agnelli, o vice-presidente Pavel Nedved e o CEO Maurizio Arrivabene.

Entre as situações a ser investigadas pelas autoridades estão preços de jogadores inflacionados, artimanhas salariais em relação às contas do clube em 2020, ano de pandemia, no qual a Juventus terá adiado os pagamentos a alguns jogadores que não foram, assim, incluídos no exercício fiscal desse ano.

Em comunicado, a Juventus afirmou que agiu "de acordo com a lei e regulamentos que regem a preparação de relatórios financeiros, de acordo com os princípios contabilísticos e de acordo com a prática internacional da indústria do futebol".

Nos próximos meses a Juventus deverá ir a eleições para eleger o sucessor de Andrea Agnelli, que estava à frente do emblema desde 2010. Com Agnelli, a Juventus venceu nove ligas consecutivas, desiludindo apenas na presente temporada: está em terceiro lugar, a 10 pontos da frente e já foi eliminado da Liga dos Campeões.

Em causa estão as recentes investigações das autoridades transalpinas sobre duas alegadas 'manobras' fiscais da Juventus, relacionadas com a inflação fictícia dos preços de mercado dos jogadores da equipa principal para obter maiores lucros na sua posterior venda, e o adiamento de pagamentos a jogadores no exercício de 2020, marcado pela pandemia de covid-19, de forma a que as verbas não fossem consideradas no respetivo ano fiscal.

Quanto ao último ponto, o acordo com os jogadores terá sido firmado em março de 2000, pressupondo a renúncia temporária a quatro meses de salário, e, entre eles, estará o português Cristiano Ronaldo, segundo vários órgãos de comunicação social italianos.

As notícias relatam que a autoridade tributária de Turim encontrou, durante as buscas efetuadas no mês de outubro, um documento no qual a Juventus se comprometia a pagar 19,8 milhões de euros a Ronaldo, exatamente o montante correspondente a quatro meses de salário, numa investigação que segue em curso.

Hoje, e a pedido da administração de Agnelli, foi indicado que o conselheiro delegado da Juventus, Maurizio Arrivabene, vai manter-se em funções durante o período de transição para a nova administração.

Andrea foi o quarto Agnelli a presidir o clube, depois de o seu avô Edoardo, o seu tio Gianni, e o seu pai Umberto.

Os outros administradores que deixaram as funções, além de Andrea e Nedved, são Laurence Debroux, Massimo Della Ragione, Katryn Fink, Daniela Marilungo, Francesco Roncaglio, Giorgio Tacchia e Suzanne Keywood.