Wenger quer mais franceses a treinar na Ligue 1: "A proporção tem de ser justa"
Atualmente, existem oito treinadores franceses no campeonato daquele país, num total de 18 equipas
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Arsène Wenger defendeu esta quarta-feira que a proporção atual de treinadores estrangeiros na Ligue 1 é “um pouco elevada”, lamentando a falta de aposta dos clubes da principal divisão daquele país em técnicos franceses.
"Não me parece que a proporção seja a correta neste momento. De dez para oito, não acho que a proporção esteja correta. Um terço dos treinadores serem estrangeiros é normal e traz novas ideias. Eu próprio fui treinador no estrangeiro, por isso estou num terreno um pouco difícil, mas fui o único no início e a proporção tem de continuar a ser justa. Talvez seja um pouco elevada em França neste momento”, defendeu, à margem do 50.º aniversário de Clairefontaine, “casa” da Federação Francesa de Futebol (FFF).
Para o ex-treinador, que exerce atualmente funções na FIFA e cumpriu 13 anos da sua carreira em França, ao serviço do Nancy e Mónaco, antes de emigrar para o Japão e marcar uma era no Arsenal, a raiz dessa desproporcionalidade não reside na falta de qualidade dos técnicos nacionais, mas sim na falta de aposta dos dirigentes dos clubes em França.
"Agora que há reciprocidade de diplomas reconhecidos pela Europa, não há nada a ser feito. O que estou a dizer não tem nada a ver com a qualidade dos treinadores, mas acho que tem muito a ver com a identidade dos proprietários”, frisou.
Refira-se que, atualmente, a Ligue 1 tem apenas oito treinadores franceses num total de 18 equipas, sendo que nenhum treina o top-5, composto pelo PSG (Luis Enrique, espanhol), Nice (Francesco Farioli, italiano), Mónaco (Adi Hütter, austríaco), Lille (Paulo Fonseca, português) e Reims (Will Still, belga).
De resto, com o despedimento de Rudi Garcia no Nápoles, não existe nenhum francês a treinar no top-5 de Ligas europeias.