Todas as seis seleções que realizaram os três jogos da fase de grupos no conforto do seu lar conseguiram qualificar-se para a fase a eliminar.
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Neste Europeu, o regresso dos adeptos aos estádios tem-se feito notar, não apenas na força, qualidade e poder mediático do espetáculo em si, mas também na produtividade das próprias equipas.
Concluída a fase de grupos, uma das conclusões que pode retirar-se é o reflexo positivo do fator casa. No regresso ao contacto com os adeptos após a fase mais crítica (esperemos todos nós) da pandemia, qualificaram-se todas as seleções que fizeram em casa os três jogos da primeira fase, o que não pode ser visto como pura coincidência.
Itália, Países Baixos, Inglaterra, Espanha, Dinamarca e Alemanha corresponderam de forma esmagadora ao natural e histórico favoritismo de quem joga no próprio ambiente, nomeadamente italianos e holandeses, com eficácia de cem por cento. É o calor dos adeptos a funcionar, a energia positiva que chega das bancadas e "contamina" positivamente os futebolistas.
Entre as seis seleções citadas, foram vencidas 11 das 18 partidas caseiras, com apenas duas derrotas. Se estendermos os resultados a todas as que fizeram jogos em casa, o rácio total foi de 58,3% dos pontos, em média muito superior ao que sucedeu nos campeonatos domésticos: na última edição da Liga portuguesa, por exemplo, essa percentagem foi de apenas 49,9%.
Os adeptos, por outro lado, merecem aplausos pelo comportamento pacífico que, na sua generalidade, têm tido neste Europeu. Longe vão os tempos das batalhas violentas entre adeptos das várias seleções. Desta vez, não há notícias de tal... pelo menos até agora.
Mas das bancadas chegaram também pontos negativos, como aconteceu em Budapeste, com uma claque associada à extrema direita a lançar insultos racistas e homofóbicos a vários jogadores franceses e portugueses. Este foi um dos pontos mais criticáveis nesta competição, a merecer um olhar mais atento das entidades reguladoras, como a UEFA, por exemplo.
De entre as notas positivas, Cristiano Ronaldo é mais uma vez incontornável, com vários recordes batidos, entre os quais o de melhor marcador de sempre da competição. Coletivamente, realce para o futebol alegre e ofensiva, de uma forma geral, e para a qualidade demonstrada em todos os parâmetros pela "squadra azzurra". Mancini conseguiu montar um coletivo que não tem dado hipóteses a ninguém.