Ao longo da época, 18 jogadores festejaram em nome próprio pelos parisienses – e no Mundial de Clubes já foram dez. Quatro marcaram mais de 12 golos, fasquia definida pelo técnico Luis Enrique em fevereiro
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A vitória estrondosa sobre o Real Madrid (4-0), na quarta-feira, nas meias-finais do Mundial de Clubes, realçou uma evidência do PSG de Luis Enrique em 2024/25: o antivedetismo. Os quatro golos foram apontados por três jogadores diferentes, numa democracia do golo que se tem visto não só ao longo do torneio a decorrer nos Estados Unidos, como em toda a temporada imaculada dos parisienses: os incríveis 168 tentos marcados ao longo da época tiveram 18 marcadores diferentes, com onze deles a faturar por cinco ocasiões ou mais. Apenas dois passaram dos 20 (Dembélé com 35 e Barcola com 21).
Um cenário que contrasta com o registado em 2023/24, quando nove jogadores marcaram por cinco ou mais vezes (num total de 124 tentos) e apenas um passou a barreira das duas dezenas: Mbappé, com 44 golos. Essa tem sido, de resto, a grande mudança notada no PSG em comparação com o da primeira época com Luis Enrique ao comando: a ausência de dependência excessiva num jogador, depois da saída do ex-capitão para o Real Madrid. O treinador até tinha dito no fim da última época que a equipa ia “ter um ataque melhor e uma defesa melhor mesmo sem Mbappé”. Agora, os números confirmam-no. “Adorava que, em vez de um jogador que marca 40 golos, tivesse quatro jogadores a marcar 12 cada”, acrescentou o espanhol, em fevereiro passado. Neste momento, precisamente, quatro jogadores têm mais de 12 golos, com Hakimi (um… lateral) a somar já onze – na última época, só mesmo Mbappé e Gonçalo Ramos passaram da dúzia de tentos.
A própria lista de melhores marcadores do Mundial de Clubes reflete essa democracia do golo: dez jogadores do PSG já festejaram em nome próprio na prova – só o Chelsea tem o mesmo número de artilheiros. O médio espanhol Fabián Ruiz, que bisou frente aos merengues, é o goleador do PSG na prova, com três tentos; seguem-se Dembélé, Hakimi e João Neves com dois, e depois um grupo de seis atletas com um, entre os quais Vitinha e Gonçalo Ramos. A conversa de Luis Enrique com Claude Makélélé, lenda do futebol francês, no fim do encontro com o Real Madrid, é sintomática do espírito que reina no conjunto parisiense. “Tu tens filhos, certo? E eles cansam-se de jogar? Não? Pronto, os meus [jogadores] também não. Fico feliz porque esse é o meu objetivo como treinador: que os jogadores e os adeptos desfrutem de jogar. Já fizemos mais de 100 golos desde janeiro e estamos a sofrer cada vez menos. Para se conseguir isso, tem de se dar tudo pela equipa, e nisso somos especialistas”, atirou o técnico espanhol.
Vitinha, uma das caras que melhor personifica essa faceta do PSG, foi igualmente assertivo: “O coletivo é sempre o mais importante. Nem sempre os melhores jogadores formam as melhores equipas. Nós pensamos em equipa e não no individual, e isso faz toda a diferença, como se viu durante a época e está a acontecer também neste Mundial. E espero que assim seja também na final. ”Em 2025, o PSG marcou quatro ou mais golos por 16 ocasiões, três das quais já neste Mundial de Clubes: o melhor registo do clube é 17… num ano inteiro (2018). Para igualar a época mais concretizadora da história (171 golos em 2017/18), têm de marcar três golos ao Chelsea na final de amanhã – e os últimos jogos demonstraram claramente que não se trata de um cenário improvável.“Só estamos a começar. Estes são os primeiros passos de uma equipa que quer dominar. Os jogadores e o clube querem continuar a ganhar”, dizia Luis Enrique no início deste torneio. Um alerta que faz mais sentido a cada adversário que fica pelo caminho.
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