Tiago Pinto não esquece Svilar: "No Benfica chamava-lhe 'Golden Boy'"

Tiago Pinto, antigo diretor do Benfica e da Roma, atualmente no Bournemouth, apontou esta quinta-feira as principais diferenças entre esses três clubes, explicando que “nos cherries” encontrou uma gestão mais assente no planeamento a longo prazo e com menos “pressão” do que nos encarnados e italianos. 

“Em Inglaterra, mas especialmente no Bournemouth, redescobri a habilidade de planear mais à frente, de ter uma estratégia clara de contratações e sobre o futebol que temos de jogar. Na Roma e no Benfica, em vez disso, a pressão mediática dos adeptos e da imprensa - e no Benfica também por causa das eleições - muda o facto de quereres fazer algo em termos estratégico”, referiu, em declarações ao jornalista italiano Gianluca Di Marzio. 

Na mesma conversa, o dirigente português destacou Paulo Dybala e Mile Svilar – ex-guarda-redes do Benfica, atualmente na Roma – como os dois dos jogadores que mais o impressionaram até ao momento na sua carreira. 

“Mile é um rapaz muito especial. Todos os treinadores de guarda-redes com quem ele trabalhou diziam-me sempre que ele era o melhor que já tinham visto. Todos os jogadores que jogaram com  Mile e os treinadores que o treinaram diziam o mesmo. O que o travou? Faltava-lhe o ‘clique’, porque qualquer pessoa que o visse nos treinos percebia imediatamente que aquele miúdo não era normal. Quando eu vejo defesas dele, emociono-me. No Benfica, eu chamava-lhe ‘O meu Golden Boy’. O crédito (da sua evolução) é todo dele, eu nunca tive nada a ver com isso. Para mim, era óbvio que ele se tornaria num dos melhores do mundo e foi apenas uma questão de tempo”, enalteceu. 

A concluir, Tiago Pinto refletou sobre o seu próprio percurso profissional: “Trabalho é trabalho e o Benfica e a Roma fizeram-me crescer imenso, mas o que é mais importante são as pessoas com quem trabalhei poderem dizer que sou boa pessoa. Na minha vida, quero ser lembrado dessa forma, penso que o sou”.