Taça Intercontinental regressa com moldes diferentes do Mundial de Clubes
Gianni Infantino explicou os moldes inovadores da Taça Intercontinental, que está de regresso. Mundial de Clubes será apenas de quatro em quatro anos, mas mantém-se uma prova anual, ainda que com moldes ligeiramente diferentes da que está agora a ser disputada na Arábia Saudita.
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O presidente da FIFA, Gianni Infantino, anunciou na terça-feira o lançamento da Taça Intercontinental, a realizar anualmente, com moldes um pouco diferentes do atual Mundial de Clubes, prova cuja edição deste ano decorre na Arábia Saudita. “O objetivo da nova Taça é dar um ‘boost’ às provas de clubes de cada continente”, justificou o dirigente.
Principal novidade da futura competição é a presença garantida do representante europeu (vencedor da Champions) na final, a disputar frente ao campeão “do resto do mundo”, conforme nomeou Infantino. A prova começa com um jogo entre o campeão da América do Sul e o da América do Norte e Caraíbas, que apura um dos semi-finalistas. O outro será determinado entre os representantes de Ásia, África e Oceânia. Só as meias-finais e final se vão disputar no país organizador, com a data da primeira final da competição marcada para 18 de dezembro de 2024.
Quanto ao Mundial de Clubes que começa a jogar-se em 2025, Infantino destacou o facto da prova premiar o mérito desportivo dos principais clubes do planeta, informando que a mesma será realizada num “formato idêntico ao dos Mundiais” de seleções, com um total de 32 equipas. FC Porto e Benfica, recorde-se, estão apurados para o torneio.
Já Arsène Wenger, responsável máximo da FIFA pelo Desenvolvimento Global do Futebol, realçou: “Temos sorte na Europa, mas é importante tornar o futebol realmente, global, e [o Mundial de clubes] proporciona a outros clubes a oportunidade de progredir. Vai dar oportunidade de jogadores, de todo o mundo, competirem ao mais alto nível”.
Acusações contra Infantino
O jornal francês “Le Monde” noticiou ontem que Gianni Infantino, presidente da FIFA, “desempenhou um papel particular” no quadro da “campanha de influência” levada a cabo pela grega Eva Kaili, ex-vice-presidente do Parlamento Europeu, a favor do Catar, na corrida à organização do Campeonato do Mundo de 2022, que aquele país do Médio Oriente viria a albergar.
O jornal lembra que Infantino, por exemplo, defendeu o país na polémica questão relativa a eventuais abusos sobre trabalhadores estrangeiros no país, citando ainda a investigação que tem sido feita pela “Mediapart” quanto ao escândalo “Qatargate”.
O “Le Monde” lembra que, acusada de “filiação a organização criminosa, lavagem de dinheiro e branqueamento de capitais”, Eva Kaili foi presa e, antes disso, tinha sido convidada VIP no jogo de abertura do Mundial’2022. Após a cerimónia, jantou com Infantino e o então presidente da federação francesa, Noel Le Graet. Eva terá pedido aos interlocutores que intercedessem junto de Emmanuel Macron para que este indicasse aos eurodeputados do seu partido que votassem contra uma condenação ao Catar relativamente à matéria em questão.