Na mesma semana em que uma candidatura ibérica ao Mundial"2030 ganhou novo impulso, soube-se que a China cresce no horizonte como temível e sobretudo poderoso adversário nessa corrida.
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Veio a público há cerca de um ano a possibilidade de Portugal e Espanha se unirem em torno de uma candidatura ibérica à organização do Mundial"2030, num comunicado da Federação Portuguesa de Futebol cujo presidente, Fernando Gomes, confirmaria um par de meses depois, em entrevista ao jornal "Negócios". "Temos condições, sem grandes investimentos, de estar nesse processo", afirmou o dirigente.
Ora grandes investimentos é, pelo contrário, aquilo que está previsto fazer na China e que até já começaram, na semana passada, com o arranque da construção do novo estádio do Guangzhou Evergrande, propriedade de um dos homens mais ricos do país oriental, que parece avançar nos seus intuitos, indiferente à pandemia de covid-19 e até à renovada promessa de apoio a uma candidatura ibérica ao campeonato do mundo de daqui a dez anos saída da reunião, no início desta semana, entre os presidentes da federação, liga e Conselho Superior dos Desportos de Espanha.
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Projetado para ser um dos quatro estádios de futebol com lotação superior a cem mil pessoas e com um custo estimado de 1500 milhões de euros, o recinto do Guangzhou, cujo aspeto, inspirado numa flor e lótus, impressiona, deve estar concluído no final de 2022. Quem sabe até a tempo do futuro Mundial de Clubes, que deveria estrear-se em 2021 mas foi adiado - a saturação do calendário pode até empurrá-lo para 2023!
Este estádio gigante, que muitos acreditam ser sobretudo uma afirmação de poder (do proprietário e do próprio país), até porque os jogos da equipa têm assistências médias de 50 mil, será, no entanto, um de 12 a serem levantados nos próximos dois anos. E dois deles, com 80 mil lugares, serão construídos pelo dono do Evergrande Group.
Gianni Infantino, presidente de uma FIFA que arregalou os olhos de contentamento perante a vontade do colosso oriental em investir no futebol, anunciou em junho que ficaria agradado com uma candidatura chinesa ao Mundial"2030, o próximo sem país organizador. E que poderá muito bem justificar a forma como o jornal chinês "Southern Metropolis Daily" se referiu à construção desta dúzia de novos estádios: "Uma nova era para o futebol chinês".
RFEF registou candidatura ibérica
"Candidatura ibérica 2030" é, desde janeiro passado, segundo informou o diário digital espanhol "El Confidencial", uma marca registada precisamente pela federação espanhola de futebol (RFEF). O pedido de registo na entidade que regula marcas e patentes fora feito em julho de 2019. Lembre-se que os dois países ibéricos concorreram ao MUndial"2018, ganho pela Rússia.