"Ser o único africano nos nomeados da Bola de Ouro é ainda mais especial"
Inspirado em Lionel Messi e Cristiano Ronaldo, Ademola Lookman reagiu à sua presença entre os 30 candidatos ao prémio de melhor jogador do mundo em 2024, admitindo ter ficado incrédulo quando conferiu a lista
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Ademola Lookman, herói da conquista da Liga Europa por parte da Atalanta na época passada, reagiu esta segunda-feira à sua presença entre os 30 jogadores nomeados para a Bola de Ouro de 2024, admitindo ter ficado incrédulo quando conferiu a lista.
Em entrevista à France Football, o extremo internacional nigeriano de 26 anos, que marcou um “hat-trick” contra o campeão alemão Bayer Leverkusen (3-0) na final que entregou o primeiro título europeu ao clube de Bérgamo, falou desse dia como um momento “marcante” na sua vida.
“Quando vi o meu nome entre os 30 [nomeados], disse a mim mesmo que era de loucos. O sentimento de venceres e teres ouro à volta do teu pescoço é incomparável. E escrever história numa cidade pequena como Bérgamo é algo extraordinário. Fiquei muito vidrado por Gasperini [treinador da Atalanta] me ter dito, dias depois [da conquista da Liga Europa], que me tinha tornado parte da história do futebol. É verdade e é uma hora, trabalhei muito para chegar aqui”, admitiu.
Nascido e criado no sul de Londres, Lookman até chegou a vencer um Mundial sub-20 ao serviço de Inglaterra em 2017, mas não hesitou em escolher a Nigéria na hora de escolher a sua seleção principal, explicando essa decisão com o “vínculo pessoal com este país”.
Nesse âmbito, o extremo também recordou as dificuldades que passou na infância em Londres, frisando que nunca pensou em desistir de um futuro no futebol.
“Havia muitas comunidades de diferentes origens e culturas, e também uma grande comunidade nigeriana [onde vivia]. Aquilo era o meu pequeno Lagos [cidade na Nigéria] e tenho muitas boas memórias dali. Viver lá torna-te mais forte, mais difícil de quebrar. Eu aprendi a trabalhar no duro, porque se tens muito talento, não é suficiente. Muitos escolheram uma vida nas ruas, mas para mim nunca foi opção. A minha vida era casa, escola e futebol”, salientou.
“O meu pai e as minhas duas irmãs viviam na Nigéria, em Lagos. Eu vivia com a minha mãe e outra irmã em Londres. A minha mãe é uma supermulher, uma pessoa brilhante, trabalha imenso e às vezes não tinha tempo para cozinhar para mim, então eu ia comer aos vizinhos”, acrescentou.
De resto, Lookman falou um pouco sobre as suas inspirações no futebol e admitiu que o facto de ser o único africano a figurar nos nomeados para o prémio de melhor jogador do mundo é um aspeto que lhe dá um orgulho acrescido.
“Em criança admirei Robinho, era um jogador diferente e depois, claro, Messi e Cristiano Ronaldo. O meu futebol é instintivo, se pensar muito, congelo. Ser o único africano na lista é ainda mais especial, tenho orgulho nisso. É uma honra, sabendo de onde venho”.