"Ser líder é um estilo de vida. Não podes copiar Mourinho ou Guardiola..."
Palavras de Sami Khedira, que foi treinado pelo português no Real Madrid, entre 2010 e 2013
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Sami Khedira concedeu esta terça-feira uma extensa entrevista ao jornal Marca, na qual recordou o período em que foi treinado por José Mourinho no Real Madrid, entre 2010 e 2013.
Desde logo, o antigo internacional alemão, de 37 anos, apontou que a capacidade de liderança do português, que atualmente orienta os turcos do Fenerbahçe, “não dá para copiar”.
“Não se trata de ser bom ou mau, mas sim do estilo de cada um. No fundo, ser líder é um estilo de vida e isso não dá para copiar. Não podes copiar Mourinho, Guardiola, Klopp ou Ancelotti. Podes tomar nota do que faz cada um para melhorares, mas no final tens de ser tu mesmo para que seja uma liderança natural”, refletiu.
Noutros tópicos, o ex-médio-defensivo, que se retirou dos relvados em 2021, admitiu que não sente falta de jogar futebol ao mais alto nível e abordou ainda as queixas dos jogadores sobre a sobrecarga do calendário desportivo, dizendo que é um problema que já existia no seu tempo.
“É muito fácil de explicar: amo o futebol, mas não sinto falta de jogar. Adorava jogar futebol ao máximo nível, dando 100 por cento, mas quando já não podes dar tudo, sentes-te mal, e foi isso que me aconteceu. Tive muitas operações, os joelhos não estavam bem e eu ficava triste por não estar a 100 por cento. Foi isso que me fez dizer: ‘Tenho de deixá-lo’. Trata-se de ser honesto, primeiro contigo mesmo e depois com os adeptos. O meu corpo já não podia e eu amo o desporto, agora jogo ténis, padel, saio para correr... Já não sou o melhor nestes desportos, mas ajudam-me a manter-me bem”, explicou.
“Não gosto de comparar épocas, mas na minha altura também havia queixas sobre o calendário. Para mim, o problema não está no número de jogos, mas sim no tempo de recuperação e nas férias. Agora, depois de um Mundial dão-te três semanas e pronto, isso é um erro. Vejam a NBA ou a NFL, em que jogam muitíssimos jogos, mas depois têm três meses de férias e uma boa pré-época. No futebol isso não acontece e deveriam sentar-se e resolvê-lo, porque para além de ser um problema físico, é mental. A cabeça tem de descansar”, defendeu.