Senadores admitem "indícios" de corrupção no Brasil após denúncia de Textor
Proprietário do Botafogo, do treinador português Artur Jorge, apresentou alegadas provas de manipulação de resultados durante as duas últimas edições do Brasileirão, que foram vencidas pelo Palmeiras, de Abel Ferreira
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John Textor, proprietário do Botafogo, do treinador português Artur Jorge, apresentou na segunda-feira alegadas provas de corrupção no futebol brasileiro durante as duas últimas temporadas.
Depois de ter acusado o bicampeão Palmeiras, de Abel Ferreira e ainda jogadores do São Paulo e do Fortaleza de terem incorrido em manipulação de resultados nas duas últimas edições do Brasileirão, o dirigente norte-americano apresentou um relatório de 180 páginas com supostas provas de fraude à comissão parlamentar que está a investigar a sua denúncia.
De acordo com o relato da Globo Esporte, nessa reunião, Textor garantiu que a corrupção no futebol brasileiro é uma realidade e defendeu que a inteligência artificial poderá ser uma ferramenta útil para ajudar a combater este tipo de práticas no futuro.
“Eu vou financiar câmaras melhores em todos os estádios. Com 1100 dólares [cerca de mil euros], podemos ter 11 câmaras em torno do estádio para filmarmos tudo. [As câmaras] Podem produzir uma imagem volumétrica que pode ser capaz de identificar cada detalhe milimétrico de cada jogador. E podemos ter um VAR automático e uma deteção automática de manipulação de resultados por menos de 30 mil dólares. Com a tecnologia, além de percebermos quem é que fez o erro e identificar e investigar os suspeitos, podemos corrigir e identificar cada milissegundo ao longo de centenas de jogos", referiu.
No final dessa reunião, o senador Carlos Portinho questionou o porquê de o documento apresentado por Textor não ter sido analisado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e admitiu existirem “indícios” de atividade ilícita na sua denúncia.
“O que Textor trouxe podem não ser provas claras, já com pedidos de prisões, mas são fundamentais para a preservação da integridade e para que, quem pense em burlar, desista. O que ele nos traz aqui é, no mínimo, um alerta de que o governo e as federações precisam de se preparar rapidamente. Há casos de má preparação e edição do VAR, de mudanças do que se assiste na televisão”, revelou.
Confira as declarações do presidente da comissão em questão: