Aleksander Ceferin revela que o ex-presidente da federação espanhola lhe pediu auxílio após deixar o cargo
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Luis Rubiales, ex-presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), é suspeito de corrupção, tendo ficado em liberdade após ter sido detido pela polícia no aeroporto de Madrid, na passada quarta-feira, ao aterrar em Espanha vindo do estrangeiro.
Em investigação estão possíveis irregularidades em contratos na RFEF entre 2018 e 2023, quando Rubiales era presidente da federação, cargo que abandonou na sequência da polémica do beijo à jogadora Jenni Hermoso. A contas com problemas com a justiça, o ex-dirigente pediu ajuda a Aleksander Ceferin, conforme conta o próprio presidente da UEFA.
"Pediu coisas em repetidas ocasiões após a suspensão. Queixou-se da situação em que ficava, tendo uma família, e o difícil que seria para ele", afirmou à revista croata Nacional. "Ele escreveu-me mensagens: 'As minhas três filhas não têm nada, não têm isso, não têm aquilo, você pode ajudar?' A certa altura perguntei-lhe: 'Como posso ajudá-lo?' Rejeitei tudo o que ele me pediu porque as suas ideias eram absurdas. Ele também ligou para outros companheiros e perguntou se poderiam ajudá-lo com isso ou aquilo. Mas nada relacionado com o futebol", contou.
Ceferin admite que, caso Rubiales seja considerado culpado, será "um desastre". "É claro que não pude ajudá-lo, mas atendi o telefonema dele. É difícil, sabe? Ele era vice-presidente, até há pouco tempo sentava-se com toda a gente na mesma mesa e agora ninguém quer olhar para ele. Se for verdade aquilo de que o acusam, realmente é um desastre. Mas devemos deixar o tribunal decidir sobre isso. Conhecia-o muito bem, mas não tinha conhecimento dessas coisas . Porém, como advogado, sei o que é a presunção de inocência", completou.
Segundo documentos citados pela agência de notícias EFE, a justiça espanhola já bloqueou mais de 50 contas bancárias de diversas pessoas envolvidas na investigação, incluindo algumas de Rubiales, e apreendeu também um carro do ex-presidente da federação. O processo afeta supostas irregularidades nos contratos celebrados pela RFEF desde 2018, período em que o organismo esteve sob a presidência de Luis Rubiales e que inclui a realização da Supertaça espanhola de futebol na Arábia Saudita.