"Ronaldo precisa de amor e respeito. Entendeu que estava a tornar-se um bode expiatório"
Amigo do craque português e antigo jogador do Manchester United em entrevista ao "La Repubblica".
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Patrice Evra, em entrevista concedida ao "La Repubblica", falou sobre a saída de Cristiano Ronaldo da Juventus, na última janela do mercado de transferências, rumo ao Manchester United, explicando a decisão algo repentina do internacional português e considerando que as críticas, em Itália, "foram ridículas e até um pouco hipócritas".
"Cristiano [Ronaldo] precisa de amor e respeito. Ele entendeu que em Turim estava a tornar-se o bode expiatório para os resultados insatisfatórios da Juventus", começou por responder o antigo jogador do Manchester United.
"Mas muitos esquecem-se que ganhar a Serie A é um desafio todos os anos. Se perguntarem a Agnelli, o verdadeiro objetivo da Juve todos os anos, para ele, é sempre vencer o campeonato, não a Liga dos Campeões", continuou, falando depois das críticas ao agora jogador dos "red devils".
"As críticas a Ronaldo em Itália foram ridículas e até um pouco hipócritas. Depois, as palavras de [Massimiliano] Allegri na conferência de Imprensa, quando disse "Cristiano não vai jogar todos os jogos", também tiveram o seu peso. Não há necessidade de dizer certas coisas em público, podes dizê-las em privado. Porque Cristiano as sente e fica afetado com elas. Resumindo, Ronaldo tinha medo de ser considerado o primeiro culpado dos fracassos. Além disso, mesmo tendo jogado no Real Madrid e na Juventus, o único verdadeiro amor de Cristiano é o Manchester United", disse ainda, explicando, por fim, esta última afirmação.
"Porquê? Porque só lá encontrou o respeito e o amor que espera. Em Manchester, ninguém ousaria criticá-lo, ao contrário do que acontecia quando estava na Juve. Isso foi decisivo para a sua saída. Então, assim que teve a oportunidade de voltar ao United, não pensou duas vezes. A Juve deveria ter percebido que Cristiano exige amor e respeito. Quando recebe isso, Cristiano dá a vida por ti."