Romagnoli viaja no tempo: aquela final com o FC Porto e as mensagens que ainda recebe
Com a camisola leonina conquistou duas Taças de Portugal e duas Supertaças, batendo o FC Porto em três decisões e o Belenenses noutra. Encerrou a carreira no verão e no sábado fez o jogo de despedida.
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Quase a coincidir com o 20.º aniversário da estreia na liga argentina, Leandro Romagnoli disputou no sábado o seu jogo de despedida no Nuevo Gasómetro, o estádio do San Lorenzo, onde viveu os melhores momentos da carreira. Há meses que pendurou as botas, mas essa continua a ser a sua casa, já que mal anunciou a retirada o clube ofereceu-lhe o cargo de manager. E é aí que está Pipi, num escritório, entre papeladas e telefonemas, quando tira uns minutos para falar com O JOGO. "Espero que corra tudo espetacularmente e que as pessoas desfrutem", entusiasma-se o 10 ainda antes do jogo. Preparou-se especialmente para os 90" rodeado de amigos com os quais partilhou o balneário do Ciclón e com quem se despediria com uma vitória por 8-7, assinando dois golos. "Continuei a ir ao ginásio, mas tive de começar a correr um pouco para estar bem no jogo", comenta.
O que é que representou o Sporting na sua carreira?
-Tenho as melhores recordações dessa etapa. Gostei muito de Lisboa como cidade e do clube, obviamente. A família gostou de estar lá, foram três anos a viver em Lisboa, onde nasceu, inclusivamente, a minha segunda filha, a Mía. Desportivamente correu bem, vencemos duas Taças de Portugal e duas Supertaças; não foi possível vencer o campeonato, mas sim as Taças.
Mantém contacto com os colegas daquela época?
-Falo com alguns... Com o Tonel, há pouco falei também com o Abel, pelo Facebook, e com o Tiago, o guarda-redes.
E os adeptos? Acredita que guardam boas recordações de si?
-Sim, recebo muitas mensagens de adeptos no Instagram e no Twitter. Mandam-me cumprimentos, recordam determinados jogos... São coisas que te confortam, que te fazem reviver esses bons momentos com a camisola do Sporting. Não voltei a Lisboa, mas o vínculo, de alguma forma, manteve-se.
De qual das Taças se lembra melhor?
-De uma cuja final foi contra o FC Porto. Eles tinham acabado de vencer a Liga e eram os favoritos. Mas foi um jogo emocionante e acabamos por vencer nós. Vencemos três finais ao FC Porto, que era sempre o campeão. Vencemos a outra final ao Belenenses e ainda perdemos uma Taça da Liga para o V. Setúbal e outra para o Benfica.
E os dérbis com o Benfica, como te correram?
-Sempre bem. Conseguimos bons resultados. No geral, foi uma boa etapa. Disputámos três vezes a Champions: na primeira não passámos a fase de grupos e nem à Taça UEFA fomos, depois conseguimos passar para a Taça UEFA e chegámos aos quartos de final, e na terceira Champions ficámos em segundo do grupo, jogámos com o Bayern nos "oitavos" e fomos eliminados.
Porque é que custa tanto ao Sporting ser campeão?
-Não sei, são momentos. Certamente vai tocar ao Sporting também. Chegámos a estar perto, em perseguição ao FC Porto, que na última jornada deu a volta ao jogo e acabou à nossa frente somente por um ponto.
Guarda camisolas desses tempos no Sporting?
-Sim, tenho camisolas de todos os clubes onde estive e também um prémio que me deram quando fui eleito jogador do mês.
Como era a relação com Paulo Bento?
-Era bom treinador e boa pessoa. Foi ele que me levou para o Sporting e sempre me deu confiança e a possibilidade de jogar. Nos primeiros seis meses custou-me um pouco, até que assentei desportivamente e na vida particular. Aí comecei a jogar como titular e tive dois anos e meio muito bons. No último semestre comecei a desaparecer da equipa e depois saí do Sporting.