"Rafa Mir disse-me que tinha dinheiro e que a sua carreira estava em jogo"
A amiga da alegada vítima do futebolista do Valência, que acusou outro homem, Pablo Jara, de agressão sexual na mesma noite, revelou que Mir a contactou na esperança de que convencesse a denunciante a não apresentar queixa contra si nas autoridades, sem sucesso
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Javer Martínez, jornalista do “Las Provincias”, revelou no programa espanhol “Más Vale Tarde” que Rafa Mir, avançado do Valência acusado por uma mulher de 21 anos de agressão sexual, contactou a amiga que esteve consigo naquela noite – e que acusou o seu amigo Pablo Jara do mesmo crime – na esperança de que a convencesse a não apresentar queixa contra si, sem sucesso.
“As duas vítimas disseram à Guardia Civil que Rafa Mir tinha ligado por telefone nesse mesmo dia, por volta das 18h30, à segunda vítima, a de Pablo Jara, para perguntar se tinham apresentado alguma denúncia. Mir disse-lhe que tinha dinheiro, que era uma personalidade pública e que estava em jogo a sua carreira pessoal”, relatou.
Uma informação que é confirmada pelo relatório policial da denúncia apresentada pelas jovens, com o jornalista a acrescentar: “A vítima mostrou aos agentes o seu registo de chamadas, mas além disso há uma mensagem no WhatsApp no dia seguinte em que Rafa Mir lhe pergunta como está, e ela não responde porque já havia apresentado uma denúncia contra Pablo Jara”.
Para além dessa revelação, a fonte também revelou mais detalhes da denúncia apresentada pela alegada vítima de Mir, que nega totalmente a acusação, prometendo falar quando for a altura adequada.
“A vítima assegura que o avançado a agrediu sexualmente por duas vezes na piscina e na casa de banho, e narra como se conheceram na discoteca e os ciúmes que sentiu da amiga. Ele agarrou a denunciante à força e atirou-a à piscina [da sua casa] com a roupa posta. Rafa estava de bóxeres. Uma vez no interior da piscina, ele agarra-a à força e tenta beijá-la enquanto agarra a sua cara contra a sua vontade, tentando ela retirar-se em todos os momentos. Nesse instante, refere que Rafa a agarra com um braço pelas costas enquanto lhe introduzia os dedos por um lado das calças (que eram elásticas), não conseguindo especificar a quantidade de dedos que introduziu. Além disso, toca-lhe em todo o seu corpo contra a sua vontade”, pode ler-se.
A mulher garante ainda que se negou “em todos os momentos” a ter relações sexuais com o jogador e que disse a Mir “verbalmente e de forma contundente que a deixasse e que não queria que ele fizesse aquilo, chegando esta agressão a consumar-se durante cinco minutos”.
Mais tarde, a denunciante refere ter sido novamente agredida sexualmente pelo dianteiro após ter sido trancada consigo na casa de banho da sua casa: “Sentou-a em cima do lavatório e procedeu a introduzir-lhe os dedos na vagina sem tirar-lhe as calças”, pode ler-se na denúncia.
De resto, é revelado que, após sair desse local, a amiga da jovem repreendeu-a, dizendo: “Parece-me horrível o que estás a fazer, estou-me a passar. Como podes estar aí dentro depois de ele ter dormido comigo?”, numa discussão que terá antecedido a expulsão de ambas da casa do jogador.