"Que a melhor versão do Atlético Mineiro seja liderada por Hulk, que todos possam ir atrás dele"
"Com Hulk bem, todos vão atrás", Marques, antiga estrela do Atlético Mineiro, perspetiva final da Libertadores contra o Botafogo
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Jogador muito refinado no Atlético Mineiro foi Marques, avançado móvel, que conquistou 12 internacionalizações pela canarinha. Em 364 jogos pelo Galo, brilhando especialmente entre 1997 e 2002, apontou expressivos 124 golos. Ídolo, batizado de Xodô da Massa, o atacante foi estrela da campanha de 1999, ficando o título perdido numa final com o Corinthians, onde desfalcou a equipa por lesão.
Hoje com 51 anos, Marques falou para O JOGO sobre o momento histórico que levará Botafogo e Atlético Mineiro a uma disputa bonita.
"Realmente posso falar com propriedade, conheço os momentos de glória, os tempos de crise. Ao clube faltou muito tempo o título como cereja no topo do bolo, porque fazia boas campanhas, terminando nos primeiros lugares. Começou a levantar taças depois de 2010, passou a ser uma equipa de grandes títulos. Teve muitos atletas consagrados, histórias várias no futebol brasileiro", recua Marques, reconhecendo a posição mais triunfal projetada por um jogador como Hulk. "Tudo pode acontecer, os atleticanos esperam que apareça a melhor versão nesta final numa época de muitas incertezas. Que essa melhor versão seja liderada por Hulk, que todos possam ir atrás dele", avisa.
"A equipa perdeu a vitória na Taça, vacilou no Brasileirão, investindo tudo nas taças. É certo que não tinha elenco capaz para todas as frentes, nesse aspeto, bem longe do Botafogo, que se tem revelado muito consistente, bem armado como ótimas peças em todas as posições", atira, nivelando as equipas pelo caráter de jogo único no Más Monumental, em Buenos Aires.
"O Botafogo mostra as credenciais ao estar na luta pelo Brasileirão e pela Libertadores. Mas aqui é só um jogo, tudo pode acontecer, é como as decisões da Champions. Conta muito o espírito dos jogadores no dia do jogo, não é só parte técnica e tática, a componente emocional vai pesar", invoca Marques, puxando novamente por Hulk. "O Atlético Mineiro pode aproveitar-se da experiência de alguns jogadores, mais rodados em jogos decisivos. Isso pode fazer a diferença. Pontua-se isso falando de Hulk, referência técnica, de força e experiência. Todos sabem que se ele estiver num dia feliz, isso pode ser logo percetível no primeiro toque na bola, a esperança ganha força e todos os outros vão caminhar em seu redor", vinca, historiando o estofo do antigo avançado do FC Porto no Galo, até porque foi vital na conquista do Brasileirão.
"A sua adaptação demorou um pouco vindo de campeonatos como a Rússia e a China, teve um início claudicante, mas rapidamente entrou numa dimensão de força e liderança. Os outros vão atrás dele...e que isso dê energia para que tragam o troféu", sustenta o antigo avançado, perentório a definir os sentimentos pelo Atlético Mineiro.
"É um clube com história mas que tem como marca ser uma equipa do povo, dos mais desfavorecidos. Sempre teve grandes representantes no seu elenco, como Dadá Maravilha e Reinaldo. Mas também importa lembrar o hino do clube, que vinca os seus heróis, que deixaram chama bem acesa. Corre-se e defende-se a força de uma camisola e uma história bem viva no campo", argumenta Marques.