Quaresma teve "esperança de voltar" ao FC Porto e "gostava de ter trabalhado com Sérgio Conceição"

Quaresma sente que ainda tem muito para dar ao futebol e continua a analisar as melhores propostas para prosseguir a carreira, seja em Portugal ou no estrangeiro. Há dois anos, quando assinou pelo V. Guimarães, pensava que não voltaria a emigrar, mas a vontade de continuar a jogar é tanta que encara todos os cenários.

Curiosamente, em 2020, então com 36 anos, esteve para regressar ao FC Porto, mas a transferência não avançou. O internacional português gostava que tal tivesse sido uma realidade, porque seria uma oportunidade de voltar ao clube do coração e de trabalhar com Sérgio Conceição, um treinador que admira.

O que é tem feito enquanto não arranja clube?
-Tenho aproveitado ao máximo as férias com os meus filhos, com a minha mulher e com a minha família, mas nunca deixei de trabalhar. Vou continuar a jogar, é uma questão de ver um bom projeto e o que é o melhor para mim e para a minha família.

Já teve alguns convites?
-Já tive alguns convites, mas é uma questão de nos sentarmos e falarmos para perceber aquilo que os clubes também pretendem, mas também saber o que faz mais sentido, neste momento, para a minha vida.

Admite voltar a emigrar?
-Admito. Quando regressei a Portugal era para acabar cá a minha carreira, mas a vida dá tantas voltas e nunca sabemos aquilo que nos reserva. Por isso, voltar a emigrar é algo em que estou a pensar, mas ainda não tenho nada certo.

Já teve convites de clubes estrangeiros?
-Sim, tive convites de fora e até tenho coisas interessantes, mas é uma questão de ver com a minha família aquilo que é melhor para todos e que nos faça feliz.

Prefere ficar perto de casa?
-Obviamente que gostava, até pelos miúdos e pela escola deles. É sempre melhor ficar do que estar fora. Com o tempo vais-te habituando mais à tua casa e a estar perto das pessoas que mais amas, mas a vida de futebolista é isto mesmo e nunca sabes o que vai acontecer.

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Já sente ansiedade de ver o seu futuro resolvido?
-Não estou preocupado em resolver a minha vida, porque sei que vou resolver. Ainda há pouco estava a dizer ao Rui [assessor pessoal] que já tinha saudades de passar algum tempo com a minha mulher e com os meus filhos para aproveitar algum tempo que não temos durante a carreira, mas quando vejo a bola e quando vou jogar futebol com o meu filho, o bichinho que está dentro de mim começa logo a mexer, o que é normal, porque o futebol faz parte da minha vida. É normal que sinta saudades de começar a treinar e jogar, mas, por outro lado, estou bastante feliz por aproveitar este tempo com os meus filhos.

Para trás ficaram dois anos no V. Guimarães. Confirma que, em 2020, esteve mesmo para regressar ao FC Porto?
-Houve conversas e tinha esperança de voltar, claro que tinha. É o meu clube, sei que as pessoas também me queriam no clube, mas faz parte do futebol, e, se calhar, não era o momento certo para voltar ao FC Porto. Compreendi e respeitei. O futebol é isto, há coisas que param e outras que avançam, mas no meu caso parou.

Gostava de ter trabalhado com Sérgio Conceição?
-Gostava de ter trabalhado com o Sérgio Conceição, porque gosto da personalidade dele, da exigência que tem com os jogadores e, por aquilo que me falam, está sempre ao lado dos jogadores. Gostava de ter essa experiência.

Se trabalhasse com Sérgio Conceição, os feitios podiam chocar?
-Já muita gente me perguntou isso, mas acho que não íamos chocar, porque quando tens uma pessoa com uma personalidade forte, sabes aquilo que esperas dele; é pior um sonso, porque nunca sabes o que vai sair dali e que diz que sim a tudo, mas depois, por trás, faz outra coisa, do que uma pessoa que tem uma personalidade forte e que diz na cara aquilo que pensa. Quando tens duas pessoas com personalidade e caráter forte, nunca há problema.

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Gosta de ver esta equipa do FC Porto?
-Gosto, principalmente a equipa da época passada, porque o FC Porto tinha um futebol muito bom. Foi o melhor futebol da "era Sérgio Conceição". Como adepto, tenho de dar-lhe os parabéns por tudo aquilo que tem feito pelo FC Porto.

Qual é o jogador do FC Porto que mais aprecia?
-Quase todos me agradam, porque todos eles trabalham, lutam e dão tudo pelo clube e pela cidade. Obviamente que cada um tem o seu talento, mas como adepto, todos aqueles que vestem aquela camisola agradam-me.

Diz-se que uma pessoa pode mudar de tudo menos de clube. Porque mudou para o FC Porto?
-Todos sabem que sou portista. Sou e serei sempre. Quando era miúdo, era sportinguista, porque fiz a formação toda no Sporting, foi o clube que me abriu as portas e estou muito grato ao Sporting. Foi um clube que me tratou sempre bem e ainda hoje tenho boas relações com as pessoas que trabalham lá. Jamais esquecerei aquilo que o Sporting fez por mim. Quando deixei o Barcelona queria voltar ao Sporting, porque era a minha casa, mas o Sporting andou a complicar e acabei por não ir para lá. Vim para o FC Porto e cresceu um novo amor. O FC Porto é o FC Porto e será sempre o FC Porto.