Premier League gastou mais do que os 76 clubes de Itália, Espanha, Alemanha e França
Os 20 clubes da Premier League gastaram mais em reforços do que os 76 emblemas de Itália, Espanha, Alemanha e França. Os outros campeonatos das “Big 5” mantiveram tendência de crescimento, mas a um nível bem inferior ao da maior prova nacional de clubes da atualidade, que teve subida de 52 por cento nos gastos.
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Na última janela de mercado, os clubes ingleses gastaram muito mais dinheiro em reforços do que os emblemas das outras grandes ligas europeias. Aliás, no que diz respeito às chamadas “Big 5”, os ingleses investiram mais em transferências do que os outros todos juntos – foram 3 590 milhões de euros gastos pelos 20 participantes na Premier League, contra um total de 3 387 milhões despendidos pelos 76 clubes das divisões de topo de Itália, Alemanha, Espanha e França.
A tendência já se notava nas últimas épocas, mas nunca de forma tão gritante como agora. Em jeito de comparação com uma corrida de ciclismo, se os britânicos já tinham uns metros de avanço para os restantes competidores na cabeça do pelotão, agora, com um verdadeiro safanão, colocaram-se em fuga em relação ao resto da Europa.
Um ponto que sustenta esta ideia está ilustrado no quadro ao lado: de entre os 20 europeus que mais gastaram em compras nesta janela de verão, nada menos do que 13 são ingleses. E nos dez primeiros só o Leverkusen se intromete, na nona posição.
No total, os emblemas da Premier investiram mais 52 por cento do que tinham feito no verão de 2024 (de 2370 milhões para os tais 3 590). Um forte aumento que contrasta com a timidez dos restantes grandes campeonatos: os italianos aumentaram os gastos em 12 por cento, os alemães em 35%, os espanhóis em 19 e os franceses, em contraciclo, investiram este ano menos 11 por cento do que no ano passado (de 741 milhões para 662). E pode mesmo falar-se de um esticão inglês, uma vez que nas três épocas anteriores as oscilações não eram tão significativas – de 2320 M€ em 2022/23 para 2810 M€ em 2023/24; e destes um novo retrocesso para os 2370 M€ de 2024/25.
Encarando todos os 20 clubes de Inglaterra como um “bolo”, é este o cenário. Mas se analisarmos um a um os principais intervenientes, leia-se “gastadores”, há dois ou três que têm maior responsabilidade no crescimento. Em primeiro lugar, o Liverpool, que acaba de dinamitar o recorde de transferências numa só janela, com os tais 483 milhões em seis reforços. Dois deles a entrarem diretamente para o topo histórico da Premier League (Isak por 145 M€ e Wirtz por 125 M€) e outro ainda muito perto da fasquia centenária (Ekitike por 95 M€). Os reds gastaram 12 vezes mais do que o que tinham feito há um ano (42 M€), o que ajuda, e muito, a explicar o crescimento dos números globais. Mas não foi caso único. O Manchester City gastou nove vezes mais do que na época anterior, o Newcastle quatro vezes mais e o Arsenal três.
Abrir cada vez mais os cordões à bolsa é tendência geral entre os clubes ingleses, o que se deve também a um forte crescimento das receitas, seja em prémios, em contratos de patrocínio, em direitos de televisão, ou outras fontes. A última segunda-feira, dia de fecho de mercado nas cinco principais ligas, espelha bem o impulso gastador instalado: esta época foram gastos 1010 milhões de euros em 24 horas, contra os 584 M€ do último dia do mercado de verão do ano passado.