A avaliação individual feita por O JOGO aos jogadores da seleção portuguesa no particular contra o Catar (3-0).
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Diogo Costa 6
A estreia anunciada. Só aos 43" teve de dobrar os joelhos para segurar facilmente um tímido remate de Elamin. Noite calmíssima.
Diogo Dalot 7
Funcionou mais como extremo, cruzou e rematou vezes sem conta (aos 41", o tiro saiu perto do alvo) e foi com essa atitude que conduziu muitos dos lances de ataque da Seleção, tipo comboio de alta velocidade. Ao intervalo transitou para o flanco esquerdo, continuou a espalhar e a criar perigo e até marcou, mas tinha havido uma mãozinha marota pelo meio.
José Fonte 7
Sem mácula, ao ritmo da obrigatoriedade de manter a sua zona de influência livre de perigo. O melhor estava guardado para o início da segunda parte, quando recarregou com êxito e fez o 2-0. O primeiro golo de sempre na Seleção, que até já era bem merecido!
Danilo 6
Um remate de cabeça (12"), após canto, serviu logo para mostrar que as coisas cá atrás estavam controladas, nesta sua aparição, mais uma vez, a central. Dobrou Nuno Mendes a preceito.
Nuno Mendes 6
Um vaivém constante, seguro a recuperar e com alguns exageros a atacar, sobretudo no timing de largar a bola. Procurou servir André Silva e Cristiano e...ficou a descansar ao intervalo.
William Carvalho 6
Impôs autoridade, fez algumas recuperações e deu total liberdade a Matheus Nunes e João Mário para se dedicarem às manobras ofensivas.
João Mário 7
O requinte e a elegância que são a sua marca, com uns passes bem medidos e uns remates nem por isso. O senhor das bolas paradas marcou o canto que deu origem ao segundo golo e provou, pela enésima vez, como é fácil jogar simples e seguro.
Gonçalo Guedes 6
Grande jogada individual aos 16", ultrapassando três adversários, até ao remate final, que, contudo, foi defendido para canto. Muita velocidade e genica a rodos, conseguindo com isso alguns desequilíbrios.
Cristiano Ronaldo 7
Começou a pintar a manta muito cedo, com aqueles toques e simulações que deliciam o público. Ligeiramente descaído na esquerda, juntou-se amiúde a André Silva no coração da área e foi lá que efetuou os primeiros remates, de cabeça, sem perigo de maior. Aos 34" cheirou mesmo o golo e aos 37", claro, não perdoou, fazendo o 1-0, à boca da baliza. Com a missão cumprida, ficou nos balneários ao intervalo.
André Silva 7
Entrou a todo o gás, combinando a preceito com Ronaldo, e aos 11" podia ter inaugurado o marcador, quando surgiu isolado na cara de Alsheeb, mas o guarda-redes conseguiu afastar. Voltou a falhar aos 68"e aos 73", em posição frontal, na sequência de muitas tentativas. Tanto porfiou, que lá fez a festa e fechou a contagem.
Rafael Leão 6
Pinceladas de artista, mal entrou, quiçá a justificar a estreia e a mostrar porque é que tem marcado tantos golos no Milan. Aos 81" atirou à barra, em arco, naquilo que seria uma obra de arte, e aos 87", de forma escandalosa, repetiu a pontaria, a um poste, quando já se gritava golo.
Nélson Semedo 5
Jogou toda a segunda parte, sem comprometer.
Bernardo Silva 5
Trouxe lucidez.
Palhinha 5
Controlou o eixo central.
Bruno Fernandes 5
Selou a presença em dois ou três pormenores.
João Moutinho 5
Mais uma internacionalização.
A FIGURA
Matheus Nunes: 7
Eficiência e classe em estreia de gala
O médio do Sporting justificou plenamente a primeira chamada e o primeiro jogo pela Seleção. Esteve sempre desenvolto, sem acusar qualquer tipo de responsabilidade e sem receio de assumir a bola e a construção. Parecia que jogava pelo seu clube e que conhecia todos à sua volta, tal não foi a sobriedade e tranquilidade com que encarou a estreia. Aproveitou bem a velocidade de ponta de Dalot para cavar desequilíbrios pelo flanco direito, mas sempre procurando as zonas interiores, onde joga com igual eficiência e classe. Matheus Nunes foi formidável e deixou água na boca para ser visto num desafio mais exigente