Walid Regragui, selecionador de Marrocos, refletiu sobre o que leva os jogadores a naturalizarem-se por um país onde não nasceram.
Corpo do artigo
Walid Regragui, selecionador de Marrocos, concedeu esta quarta-feira uma entrevista ao jornal espanhol El Pais, na qual refletiu sobre o que leva um jogador a naturalizar-se por um país onde não nasceu, como acontece regularmente em várias seleções europeias.
Para o treinador, essa escolha não deve ser encarada como um fracasso da federação de futebol relativa ao país de nascimento de um jogador, mas sim como uma escolha que muitas vezes apenas é motivada pelos anos que esse atleta passou na formação de um clube de outro país que não o de nascimento.
"Naturalizares-te não implica um fracasso social, apenas a expressão de um sentimento. Que [Aymeric] Laporte tenha decidido jogar pela Espanha não é um fracasso da França e penso que ele tem categoria para estar na final de um Mundial. Talvez se tenha sentido mais espanhol ao formar-se como profissional em Espanha. Por que Mbappé, podendo, não decidiu jogar pelos Camarões ou Argélia e escolheu França? O normal é que os rapazes escolham o país onde são criados", apontou o selecionador marroquino.
Recorde-se que o avançado e capitão da França tem um pai camaronês e uma mãe argelina, daí ter tido a escolha de representar estas seleções, o que nunca chegou a acontecer.
Regragui aproveitou também para voltar a comentar a prestação histórica de Marrocos no Mundial'2022, no Catar, em que foi eliminado pela França (0-2) nas meias-finais, fase a que nunca nenhuma seleção africana havia chegado na história da competição.
"O facto de ter sido organizado por um país árabe fez-nos sentir em casa. Essa comunhão foi muito fácil de render. Os jogadores compreenderam que tinham de estar juntos, sem individualismos. Sempre tivemos bons jogadores. Em 2018, tínhamos Belhanda, Boussoufa, Ahmadi, Dirar, Ziyech, Hakimi... mas faltou-nos fé", rematou.
16092773
16092084