UEFA e FIFA não fazem planos para afastar Israel das provas internacionais, apesar de apelos da Federação Palestiniana de Futebol e da ONU
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Cerca de 50 atletas, incluindo futebolistas como Paul Pogba e Hakim Ziyech, assinaram um manifesto em que pedem à UEFA a exclusão de clubes israelitas de provas europeias, como a Liga dos Campeões.
Apesar de a FIFA e a UEFA pretenderem manter uma alegada neutralidade política, o manifesto, publicado em nome do grupo "Athletes 4 Peace" [Atletas pela Paz], refere que o "desporto deve defender os princípios da justiça, equidade e humanidade", pedindo assim a exclusão de equipas israelitas de provas internacionais com base no conflito armado na Faixa de Gaza, acusando aquele país de "genocídio".
"O desporto não pode permanecer em silêncio enquanto atletas e civis, incluindo crianças, são mortos indiscriminadamente e em massa em Gaza. As instâncias desportivas têm a obrigação de tomar medidas contra as equipas desportivas que representam um país que, de acordo com as conclusões de uma comissão das Nações Unidas, comete genocídio contra os palestinianos em Gaza", pode ler-se.
"Não se trata aqui de política ou de tomar partidos. Trata-se de justiça, humanidade e dos valores que o desporto pretende defender, e de não permitir que as nações branqueiem as suas ações ilegais e desumanas através do desporto. Concordamos plenamente com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, que afirmou recentemente que 'Israel não pode continuar a usar nenhuma plataforma internacional para branquear a sua imagem'", vincam ainda.
O artigo lembra ainda a morte, em agosto, do futebolista Suleiman Al-Obeid, conhecido como o "Pelé da Palestina", num ataque em Gaza.
"Nós, signatários da Athletes 4 Peace, apelamos à UEFA para que suspenda imediatamente Israel de todas as competições até que este país cumpra o direito internacional e ponha fim aos assassinatos de civis e à fome generalizada. O desporto não é neutro perante a injustiça. Manter o silêncio é aceitar que a vida de alguns vale menos do que a de outros. Acreditamos numa norma única para todas as nações e todos os povos, numa justiça sem dois pesos e duas medidas", rematam.