Paulo Alves e a saída do Lugo: "Foi surpreendente, estava com o feeling que algo de bom estava por chegar"
Paulo Alves aborda saída do Lugo, após oito jogos, despedindo-se dos galegos com uma vitória e numa sequência de quatro jogos sem derrotas
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Paulo Alves deixou o comando do Lugo com muita surpresa envolvida, após ajudar a equipa a vencer no reduto do Teruel, colocando os galegos no 9º lugar da Primera RFEF, equivalente ao terceiro escalão. O técnico português, responsável pela promoção do Moreirense à Liga, com conquista do título de campeão da Liga 2, durou oito jogos no banco dos lucenses, começando por perder quatro jogos de rajada, mas acabando demitido no seguimento de uma série de quatro jogos sem perder, duas vitórias e dois empates, deixando a Galiza atipicamente no seguimento de mais três pontos amealhados. Foi sucessor de Pedro Munitis, vendo entrar para o seu posto outro antigo jogador, Roberto Trashorras, médio que se notabilizou no Celta.
"Não houve justificação alguma, apenas me foi comunicado que iriam mudar, foi uma surpresa grande para todos, equipa e adeptos, todos ficaram estupefactos. É verdade que, após um período de adaptação em que as coisas não correram muito bem, a equipa estava mentalmente bloqueada, e lidou com um calendário delicado frente a Celta B, antigo líder e Gimnastic, atual líder. Vieram derrotas nesses jogos mas, agora, estávamos numa série invicta e, acima de tudo, com a equipa cada vez mais entrosada e mais alegre. Via-se maior entusiasmo no campo e nas bancadas, Foi uma decisão surpreendente", aclarou Paulo Alves.
"Encontrei um grupo tenso, pressionado para subir rapidamente e, diretamente, sem play-off. Diante dessa realidade houve um bloqueio, tive de intervir, puxando para mim as responsabilidades, e a equipa foi-se soltando. Havia resultados, confiança e entusiasmo. Infelizmente o Lugo tem essa característica de instabilidade e decisões por impulso. Não podendo controlar nada há a fazer. Mas estava com o feeling que algo de bom estava por chegar", sublinhou o técnico, vítima do estilo impulsivo de Tino Saqués, conhecido por despedir treinadores em ritmo acelerado época a época. O técnico português não se arrepende da aposta feita.
"Após ter sido campeão da Liga 2 e, apesar de alguns convites, esperei por algo que me pudesse levar a títulos. Sendo o Lugo um histórico da segunda liga espanhola, fazê-lo regressar era muito desafiante, algo que pelo rumo que levava-mos, eu começava a acreditar, até pelas características da liga, com play-offs até ao 5º lugar", explicou, acrescentando uma certa mágoa por ter abandonado no atual contexto.
"Conheci uma liga muito competitiva, diria que as melhores equipas lutariam facilmente para subir na nossa Liga 2. Estamos a falar do Corunha, Gimnastic, Barcelona B, Real Sociedad B e Celta B, com jogadores interessantíssimos", confessou Paulo Alves, resumindo.
"Em suma foi uma experiência muito boa, apenas a mágoa de não ter havido no clube a estabilidade suficiente para dar seguimento ao trabalho, porque não tenho dúvidas que chegaríamos longe. Quando menos se espera algo de positivo surgirá", atirou, apontando ao futuro.