Declarações de Aleksander Ceferin, no discurso de abertura do Congresso da UEFA, que decorre em Paris, com a mira na Superliga Europeia
Corpo do artigo
Aleksander Ceferin foi contundente face à nova ameaça ao poder da UEFA. Na abertura do 48.º Congresso da UEFA, que decorre esta quinta-feira na Maison de la Mutualité, no coração de Paris - e que conta com a presença de Fernando Gomes e Pedro Proença -, o dirigente máximo do futebol europeu nunca mencionou a palavra Superliga, mas deixou bem clara a oposição perante a ideia de alguns dos clubes poderosos, nomeadamente Barcelona e Real Madrid.
"A Europa não tem estado tão unida como devia. A força do futebol recai no sentido de pertença, um modelo baseado na igualdade, onde cabem todos. É um sistema democrático, em que as vitórias se ganham no campo e não fora. É um modelo assente no mérito desportivo e devemos protegê-lo. Felizmente, a maior parte dos agentes deste desporto defendem estas ideias. Há, no entanto, quem tente pisar estes 70 anos, tente mudar este modelo apesar do êxito", começou por dizer.
"Pretendem ser os salvadores do futebol, mas estão apenas a cavar o túmulo deste desporto. Fazem-se de vítimas mas são predadores, confundem a ideia de monopólia. Falam de liberdade mas não sabem nada de liberdade. Vivemos tempos difíceis, mas a união faz a força e a nossa unidade é a unica que nos pode salvar, a qualquer nivel. Parece que a lei do mercado é a única que existe na Europa. Parece que todos podem comprar qualquer coisa, mas a nossa perspertiva não é essa. Não queremos esse tipo de Europa. Há uma série de indivíduos que tentam dividir em nome do livre mercado, para favorecer um pequeno cartel de clubes", continuou, acrescentando:
"O sentimento anti-institucional contra a UEFA existe mesmo e entendemos isso, porque abemos de onde vêm. Defendemos o equilíbrio e isso tem o seu preço. Cada clube pode participar na competição que deseja, outros querem ter cada vez mais sem querem saber dos que ficam com menos. Querem mais nem que isso represente destruir tudo o que de muito positivo foi construído ao longo dos últimos 70 anos. Os adeptos não são ingénuos. Os sonhos e o mérito desportivo são valores que não podem ser comprados. Não se podem comprar 70 anos de história."