O melhor médio da Europa, um Ronaldo diferente e a frase sobre Tomás Araújo. Tudo o que disse Roberto Martínez
Médio e selecionador de Portugal falaram em conferência de imprensa de antevisão ao jogo na Dinamarca, relativo à primeira mão dos quartos de final da Liga das Nações e agendado para as 19h45 de quinta-feira
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O que disse Roberto Martínez
O ponto fraco da Dinamarca: "Em primeiro lugar, quero mostrar a minha admiração pelo selecionador. Respeito-o muito, é corajoso. Gostei muito de trabalhos que fez noutros clubes e a maneira como preparou os jogos com a Espanha foi fascinante. Uma equipa muito vertical, a usar a qualidade dos jogadores jovens."
O valor da Liga das Nações: "Deu para ver o que esta competição nos pode dar. Está a crescer. Há que olhar para a consistência e com o nível das equipas. É um grande desafio. Respeitamos a Dinamarca ao máximo".
Vitinha é o melhor: "A seleção é um espaço diferente. Há jogadores com momentos difíceis nos clubes e que aqui têm a oportunidade de mostrar talento. Estamos a ver o João Neves a crescer desde a sua estreia na Bósnia. O Vitinha já falei dele. Para mim, agora, é o melhor médio da Europa. Mas o percurso na Seleção é o grupo. O que podemos fazer com jogadores diferentes, num contexto diferente".
O momento de Portugal: "Temos um Mundial daqui a 15 meses. O objetivo global é continuar a crescer e a mostrar a melhor versão. Queremos ganhar. Temos de jogar 90 minutos para mostrar o que somos. Há que tentar ganhar e vamos continuar a crescer com a ideia de jogo que temos. É a melhor forma para utilizar o talento individual que temos no balneário".
Eliminatória a duas mãos: "É simples. Amanhã precisamos de demonstrar o melhor nível. Este estádio tem um ambiente incrível. Gosto muito da ideia do selecionador, que aqui tem dois jogos. Conheço bem o trabalho dele no Anderlecht e no Brentford. Gosta das suas equipas com pressão alta, a tomar riscos e a jogar olhos nos olhos. Fizeram isso diante de Espanha. Esta é a primeira parte, mas precisamos de estar ao melhor nível. Precisamos de continuar a crescer, mas respeitamos muito o que a Dinamarca pode fazer em casa. Conheço bem o impacto e a energia que os adeptos transmitem à sua seleção dinamarquesa".
Jogadores em risco devido a cartões amarelos: "Como selecionador devo olhar para o que pode acontecer. Mas, para amanhã, não há uma limitação. Jogadores com cartões amarelos faz parte do futebol. Preciso dos 23 porque há coisas que podem acontecer. A nossa média é de dois amarelos por jogo. A minha responsabilidade é ter o maior número de jogadores preparados para isto".
Ronaldo não é o mesmo jogador: "Não é o que vimos no Manchester United, um extremo que jogava fora da área e ia para situações de um para um. O comentário que fizeram é no sentido que é um jogador diferente, agora é mais um ponta-de-lança. Tem 17 golos nos últimos 21 jogos, está ao melhor nível das seleções do mundo. O Cristiano está num momento muito bom como ponta-de-lança. Claramente não é o mesmo que era quando tinha 20 anos. O seu papel na Seleção é importante".
Vitinha e João Neves no meio-campo: "Ainda não falei com os jogadores. O que é importante é o grupo. Estamos a falar de 25 jogadores. Há nove com cartões amarelos. Estes dois jogos são uma oportunidade para atingir a final four. É sempre bom ter os jogadores focados para isso. Já vimos a dupla João Neves- Vitinha com bons desempenhos no PSG. São dos melhores jogadores da Liga das Nações. Precisamos de gerir bem. O importante é o onze inicial, assim como as substituições. E depois os jogadores que vão poder jogar em Lisboa".
A condição física de Trincão: "Já falei no passado sobre os desafios inerentes ao estágio de março. Todos os jogadores começam a ter muitos minutos. Mas o Trincão treinou muito bem, com boa intensidade. O Nuno Tavares foi dispensado, mas diria que todos os jogadores mostraram, nos três treinos, intensidade e frescura. Estão todos a muito bom nível".
O que disse Vitinha
Sobre a Dinamarca: "Só perdeu dois jogos com Espanha por um golo de diferença. Há a questão do ambiente do estádio. A Dinamarca vai tentar aproveitar isso. Estamos preparados para as dinâmicas deles".
Apelidado de maestro: "Todos gostamos de receber elogios. Há que dar continuidade ao que tenho feito. Gostamos de ser reconhecidos por isso. Quando há muitos elogios faz-me um pouco confusão. Não me posso deixar levar por isso e dar sempre o meu melhor. Não gosto muito de falar de mim. Isso é mais para vocês falarem. A razão [a boa forma] pode estar relacionada com a confiança, seja do treinador, ou em mim. Pode haver muitos fatores. Estou feliz por estar a acontecer e espero continuar."
Sobre João Neves: "Entendemo-nos muito bem. Temos feito os dois uma boa época, atendendo àquilo que fazemos no PSG. O resto não me cabe a mim. O míster vai decidir quem jogar. Eu, individualmente, espero jogar. A seguir é com o míster".
O momento no PSG: "É bom estar bem fisicamente. Espero transportar isso para a Seleção, ajudar a equipa a alcançar uma vitória".
O QUE DISSE ROBERTO MARTÍNEZ AO CANAL 11
Que Portugal vamos ter? "O treinador da Dinamarca só teve dois jogos, mas os conceitos são muito claros. Conheço bem o seu trabalho no Brentford como adjunto, e no Anderlecht como principal. Gosta de pressão alta, abre o jogo, e a Dinamarca utiliza bem o ambiente para jogar a seu favor. O Parken é um dos melhores estádios de jogos de seleções. Espero um jogo de alto nível técnico e com muitas chegadas perto das duas balizas. Um jogo que os adeptos vão gostar."
Equipa de Portugal: "Preciso de ter um olho no segundo jogo. Temos um grupo de jogadores, acredito em todos, já fizemos quatro ou cinco mudanças de jogo para outro. Todos são necessários. Treinaram muito bem na Cidade do Futebol, todos os que jogarem e os que ficarem de fora serão importantes para a segunda parte destes quartos de final. Este jogo será importante, mas o seguinte em Alvalade, frente aos nossos adeptos, será vital."
O QUE DISSE VITINHA AO CANAL 11
Sobre a Dinamarca: "Tivemos a oportunidade de ver a equipa. Aproveitaram o ambiente para tentar pressionar e transformar os nossos pontos menos fortes em fraquezas. Equipa muito forte, só perderam com a Espanha no grupo e sempre pela margem mínima. Vamos estar preparados e com muita energia."
Elogios: "É bom sinal, é sinal que estou a fazer bem o meu trabalho e estou a ser reconhecido. Mas isso deixa-me desconfiado, quero estar focado e preparado como se não tivesse elogios. Dar sempre o meu melhor."
Jogar com João Neves: "Temos dinâmicas boas, mas também com outros jogadores que estão aqui há muitos anos, é o selecionador quem decide."
Roberto Martínez: "Foi um erro, uma escolha ou termo com um significado que não queria dar. Falar de um desconforto prolongado. Crónico é muito negativo, já vi que na língua portuguesa a palavra crónica não é positiva. Foi um erro linguístico. A decisão foi correta, o Tomás pode descansar e recuperar bem. Olhamos para o futuro para ter o Tomás connosco."