Argentina e Brasil chegam ao Catar em grande forma e determinados a quebrar um jejum de títulos da América do Sul que dura desde 2002.
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Neste domingo, a partir das 16h00 portuguesas, Catar e Equador vão dar o pontapé de saída do Mundial"2022, o primeiro de sempre realizado na região do Golfo Pérsico e marcado por diversas polémicas que motivaram ontem uma escaldante conferência de Imprensa de Gianni Infantino, presidente da FIFA.
Primeiras classificadas na corrida ao título em todas as casas de apostas, Argentina e Brasil chegam ao torneio em grande momento de forma e representam uma série ameaça à hegemonia europeia que se tem estabelecido após 2002, último ano em que uma seleção sul-americana se sagrou campeã mundial: Ronaldo, Ronaldinho e Rivaldo, entre outros, conquistaram o "penta" para o escrete sob o comando de Luiz Felipe Scolari.
Nos corredores da CONMEBOL, a expectativa passa por interromper um ciclo inédito de quatro vitórias consecutivas de seleções sediadas na UEFA e diminuir uma desvantagem em termos de troféus que nunca foi tão grande. Isto porque os europeus ultrapassaram os sul-americanos e passaram a ter três Mundiais de vantagem (12 contra 9) graças às conquistas de Itália (2006), Espanha (2010), Alemanha (2014) e França (2018). Dos últimos quatro campeões mundiais apenas a Squadra Azzurra não carimbou o passaporte para o Catar, mas a ambição do Velho Continente em continuar a dar cartas não se esgota nas seleções recentemente laureadas, pois Inglaterra, Países Baixos e Portugal, que foi apontada à vitória pela voz de Fernando Santos, são membros de pleno direito do lote de equipas europeias que sonham em cobrir-se de glória, na final do próximo dia 18 de dezembro.
Geografia pesa nas contas
Ao longo da história dos Mundiais, cuja primeira edição se disputou em 1930, a geografia sempre teve um peso importante nas contas do título. Naturalmente, os anfitriões têm-se apoiado no fator casa para somarem resultados históricos, mas igualmente verificável é a dificuldade sentida pelas habituais favoritas quando são obrigadas a jogar fora do seu continente. E será essa a condição dos gigantes sul-americanas e europeus, em 2022.
Com cinco estrelas bordadas na camisola amarela, o Brasil é o maior vencedor da história e a única equipa da CONMEBOL que conseguiu vencer o Mundial longe do continente americano: ergueu troféus na Suécia (1958) e no Japão (2002). A bicampeã Argentina só conseguiu arrecadar o caneco em casa (1978) e no México (1986), enquanto o Uruguai, a outra seleção sul-americana com pergaminhos de campeã mundial, também só conseguiu festejar em casa (1930) e no Brasil (1950).
Na Europa, o panorama não é melhor. Após 80 anos de triunfos em "casa", a Espanha quebrou a tradição ao sagrar-se campeã na África do Sul, em 2010. Quatro anos volvidos, a Alemanha venceu o "tetra" no Brasil e tornou-se a segunda (e última) seleção da UEFA a vencer fora de portas.