Mourinho: "O meu país não aceitaria que treinasse primeiro uma seleção que não a minha"
Declarações de José Mourinho, treinador do Fenerbahçe, em entrevista ao canal brasileiro "Sporty Net"
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Neymar ainda pode contribuir mais para a seleção brasileira? Ainda depende dele? “A seleção brasileira tem um treinador fantástico [Carlo Ancelotti], um grande gestor e condutor de homens e que está habituado a liderar jogadores de grande perfil. Real Madrid, Milan, Bayern, independentemente do que acontecer para ele não há impacto em ser treinador de Neymar ou Vinícius Jr. Acho que o nível deles como jogadores é inferior ao do Carlo, porque ele ganhou mais do que eles. Para o Neymar ser feliz com o Carlo tem de ir na direção dele, não o contrário. Ele tem um talento incrível e por vezes vê-se uma descaracterização do futebol brasileiro ao ver-se a troca de talento por outras qualidades, mas o talento tem de ser sempre a base. Não quero meter esperanças, num Mundial há quatro ou cinco equipas que podem ganhar, Portugal também, mas o Brasil tem vários jogadores que sabem o que é ganhar e com Carlo o Brasil pode ganhar.”
Chegou a ser mencionado como possível selecionador brasileiro. Teve procura? “Diretamente não e nestas coisas indiretas a experiência ensinou-me a ter um pé à frente e um atrás. Muitas pessoas falaram comigo sobre isso, mas honestamente também era uma coisa que não me interessava, então não procurei desenvolvê-la. Estou fora de Portugal desde 2004 e acho que o meu pais não aceitaria que treinasse uma seleção que não fosse a minha. O meu destino em termos de seleções é fazer um Mundial pela seleção portuguesa. Nunca pensei em comandar a seleção brasileira. A minha primeira experiência tem de ser com Portugal e depois as pessoas têm de entender que sou profissional e que posso treinar outras seleções, mas sempre seleções com as quais tenho algo que me una. Brasil obviamente pela relação histórica com os nossos países, Inglaterra porque é a minha casa, Italia trabalhei lá vários anos, mas a primeira experiência em seleção tem de ser a minha.”