Ministério Público nega acordo entre Dani Alves e mulher que o acusa de violação
A imprensa espanhola havia avançado que o futebolista tinha decidido indemnizar a mulher que o acusa de violação em 150 mil euros, mas o Ministério Público esclareceu que não foi possível chegar a "qualquer entendimento"
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Um dia depois de o Tribunal de Barcelona ter negado, pela quarta vez, o pedido de liberdade condicional de Dani Alves, a imprensa espanhola avançou que o futebolista teria decidido indemnizar a mulher que o acusa de violação em 150 mil euros.
No entanto, Ester García, advogada do Ministério Público (MP), esclareceu esta quinta-feira que não foi possível chegar a “qualquer entendimento” com a defesa da alegada vítima, dadas as “diferentes posições das partes quanto à extrema gravidade dos factos e às penas a aplicar".
Numa altura em que MP ainda não apresentou a sua acusação contra Alves, ao contrário da defesa da denunciante, que exige uma pena de prisão de nove anos e o pagamento de 150 mil euros de indemnização, García salientou que “em qualquer crime contra a liberdade sexual, os danos morais e as sequelas são irreparáveis”.
Nesse âmbito, a pedido da defesa do jogador, foram iniciadas conversações com vista a um acordo com o Ministério Público e a acusação particular que reduzisse a pena de Dani Alves em troca do reconhecimento dos factos e de uma indemnização à alegada vítima, mas não se chegou a acordo.
Quanto aos 150 mil euros, foram realmente pagos pelo internacional brasileiro, mas no âmbito de uma instrução do juiz para cobrir uma possível indemnização à denunciante, tendo sido uma medida utilizada para tentar reduzir a pena que lhe será atribuída caso seja condenado.
De resto, o comunicado da procuradoria criticou as “informações tendenciosas” que foram publicadas em relação às negociações entre as partes envolvidas.
"Compreendemos o dever de informar e o interesse mediático suscitado por este processo judicial, sendo o arguido uma figura conhecida, mas tal não legitima a publicação e/ou difusão de informações cujo único resultado é aumentar o evidente sofrimento do lesado”, pode ler-se.