Médio brasileiro planeia voltar a Israel: "Sempre me senti muito seguro lá"
Atualmente a recuperar de lesão no Brasil, Pedro Petrazzi conta em regressar ao país apesar do conflito com o Hamas
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Pedro Petrazzi, médio defensivo brasileiro, tal como muitos outros futebolistas, foi obrigado a deixar Israel com urgência na sequência do ataque realizado pelo grupo terrorista Hamas, no dia 7 de outubro, mas planeia regressar ao país num espaço de duas semanas.
Foi o próprio jogador, de 33 anos, que o garantiu em declarações ao Globo Esporte, numa altura em que se encontra a recuperar de lesão no Brasil, estando contratualizado ao Kafr Qasim, da segunda divisão israelita.
“Eu sempre me senti muito seguro. Adorei Israel, estou lá há sete anos e não me vejo longe. Se o conflito [com o Hamas] vai demorar? Vai. Mas tenho um ano e meio de contrato e vou ter de o cumprir. O diretor [do clube] liga-me diariamente para saber como estou, porque estou a recuperar de uma lesão no pé. Pedi para ser dispensado e tentar algo no Brasil, mas tenho uma história muito boa lá. Já fui duas vezes eleito o melhor jogador do campeonato, já subi duas equipas diferentes... Eles gostam muito de mim e não há forma de ser dispensado. Acredito devo voltar em cerca de duas semanas”, explicou.
Na sequência do ataque do Hamas, o jogador encontrava-se na região norte de Israel, tendo demorado dois dias para regressar ao Brasil, admitindo que essa demora provocou pânico na mulher e na filha.
“Foi um pouco mais complicado para ela [mulher], porque a imprensa mostra praticamente tudo. Para ela foi aterrorizante saber que eu estava lá, mas deixei-a sempre tranquila, dizendo que estava seguro, na casa de um amigo. A partir do momento em que não me senti seguro, apanhei um avião e fui embora. Demorei dois dias para chegar, mas cheguei”, contou.
De resto, Petrazzi revelou a história de um antigo colega de equipa que morreu às mãos do Hamas, durante uma invasão do grupo a uma festa.
“Eu perdi um amigo que jogou comigo no começo da minha carreira em Israel. O nome dele é Lior Assulin. Ele estava numa “rave” invadida pelo grupo. Depois de dois dias, encontraram o seu corpo. A irmã dele ficou desesperada, mandava mensagens nos grupos de Whatsapp e nas televisões, tentando encontrar o irmão. Encontraram-no por causa da tatuagem de futebol que ele tinha na perna, era uma bola com duas asas”, recordou.