A maioria dos convocados de Walid Regragui - 14 em 26 - nasceu fora de Marrocos e o peso dos jogadores que atuam em ligas do Velho Continente é ainda maior: são 20 atletas. Na liga local são apenas três.
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Quatro anos depois de ter encerrado na fase de grupos a sua participação no Mundial da Rússia, Marrocos qualificou-se anteontem para os quartos de final, igualando os melhores desempenhos de seleções africanas, e marcou encontro frente a Portugal, sábado às 15h00, para discutir uma vaga nas meias-finais.
O sucesso da seleção comandada por Walid Regragui - que em setembro substituiu o polémico Vahid Halilhodzic, o que permitiu o regresso aos Leões do Atlas de Ziyech, incompatibilizado com o técnico bósnio - não pode dissociar-se do facto desta ser uma equipa com mais identidade europeia do que africana.
Há alguns anos, os responsáveis da federação marroquina iniciaram um programa de recrutamento de atletas nascidos fora do país, mas com raízes em Marrocos.
Em 2018, já havia um peso importante de atletas "estrangeiros" e neste Mundial são 14 entre os 26 convocados (mais que qualquer outra seleção) que estão nessa condição, naturais de nações como os Países Baixos e Bélgica (4), França e Espanha (2), Canadá e Itália (1).
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Entre estes estão algumas das maiores referências da equipa, como o guardião Bono, os laterais Hakimi (foi internacional espanhol nas camadas jovens) e Mazraoui, o central Saiss, o médio Amrabat e os extremos Ziyech (estes dois internacionais jovens neerlandeses) e Boufal, por exemplo.
Aliás, no onze inicial apresentado diante da Espanha apenas o central Aguerd, o médio Ounahi e o avançado En-Nesyri nasceram em Marrocos, contudo, tal como os colegas atrás referidos também eles jogam todos na Europa e só o defesa não ingressou num clube do Velho Continente ainda antes de completar 20 anos.
Nas ligas europeias são 20 jogadores, 16 nas cinco maiores: Ligue 1 (5), La Liga (4), Premier League (3), Serie A (3) e Bundesliga (1). Há ainda dois jogadores na Bélgica, um na Turquia e um outro na II liga inglesa.
De resto, apenas três atuam em Marrocos, todos no Wydad Casablanca, sendo que Attiyat-Atallah foi o único a entrar diante da Espanha (os outros são o guardião Tagnaouti e o médio Jabrane). Os restantes três atuam na Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos e só Benoun nunca passou pela Europa.
Taticamente evoluída, a seleção africana tem feito da sua baliza uma fortaleza e único tento sofrido, com o Canadá, foi um... autogolo.
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