Além de elogiar a inspiração de Fernando Santos no onze inicial que jogou com a Suíça, Jaime Pacheco destaca o "futebol total" apresentado por Portugal e um meio-campo que joga de olhos fechados.
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A goleada (6-1) infligida à Suíça foi suportada por uma exibição portentosa. Jaime Pacheco analisou a exibição e aceitou o repto de O JOGO para explicar o que Portugal tem de fazer para derrotar Marrocos.
Mas, antes de avançar para a antevisão do jogo de sábado, analisou o triunfo nos oitavos de final, a começar pela "inspiração do selecionador ao apostar naquela equipa", e regozijou-se com o trabalho da Seleção.
"Foi uma questão coletiva, de prazer, satisfação e alegria de uma equipa que tem jogadores excecionais. Aquilo que mais bonito tem o futebol, a nossa equipa consegue dar. É muito completa, homogénea e organizada", destacou, quase sem parar nos elogios.
"Quando se fala em futebol total, é isto. Um futebol de grande qualidade. Demonstraram uma vontade e uma paixão pelo jogo, por ganhar e por representar a nossa Seleção. Fiquei extasiado. Todos, sem exceção, mesmo os que entraram, mostraram que são parte de uma equipa. Isso ultrapassou o individualismo, a tática e a estratégia."
Já de olho no jogo de sábado, Jaime Pacheco acredita que a mobilidade do meio-campo será um dos trunfos. "À exceção do William, que fica um pouco mais atrás, porque tem essa função, os médios formam um carrossel que confunde os adversários. Quando o portador da bola progride, sabe que tem sempre uma solução, porque esses jogadores são criativos, têm mobilidade e criam sempre linhas de passe. Isso são características do Bernardo Silva, do Bruno Fernandes e do Otávio. Eles completam-se e, mesmo sem falarem, entendem-se muito bem", destaca.
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Velocidade para abrir ferrolho marroquino
Jaime Pacheco considera importante não cometer os erros que levaram à exclusão dos espanhóis do Mundial. "Vi o Marrocos-Espanha e foi um jogo muito pobre, lento e previsível. Marrocos jogou quase sempre no seu meio-campo e em contra-ataque. Mas Portugal tem mais qualidade do que a Espanha", refere, convicto de que Marrocos vai apostar novamente numa estratégia defensiva.
"Como vai ser mais ou menos o espelho do que aconteceu no jogo Marrocos-Espanha, temos de jogar com mais velocidade. Para desbloquear a estrutura defensiva de Marrocos, é preciso intensidade no meio-campo e na frente, enquanto atrás, o Pepe e o Rúben Dias têm de estar atentos aos contragolpes."
Convicto de que "Portugal vai passar", Jaime Pacheco acredita que Gonçalo Ramos pode voltar a ser solução. E explica o que considera ter sido fundamental para o avançado do Benfica conquistar um lugar no onze em detrimento de André Silva.
"O ponta-de-lança tem de ser objetivo e eficiente. Não digo que tenha de ser egoísta, mas tem de chutar à baliza. Este miúdo, o Gonçalo Ramos, faz isso. O André Silva perdeu o lugar para o Gonçalo Ramos porque, no particular com a Nigéria, não chutou uma vez à baliza", justifica, lembrando o movimento de Gonçalo Ramos no primeiro golo com a Suíça.
"Naquele lance, outro jogador recebia a bola e esperava pelo apoio, mas ele foi objetivo e meteu a bola onde ninguém pensava".
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