Manifestações e protestos contra as políticas de imigração: tumultos em LA geram apreensão
Na madrugada portuguesa de domingo é dado o pontapé de saída da prova, com o México-Rep. Dominicana, na cidade agora a ferro e fogo
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A organização da Gold Cup, competição das seleções da CONCACAF (a confederação dos países da América do Norte, Central e Caraíbas), afirmou estar em “estreita e permanente comunicação com as autoridades locais, tendo em conta a evolução da situação” em Los Angeles, cidade norte-americana que tem sido palco, nos últimos cinco dias, de manifestações e protestos contra as políticas de imigração, tendo o presidente dos Estados Unidos ordenado o destacamento de quatro mil elementos da Guarda Nacional e 700 Marines para aquela zona. É que a cidade californiana é o local (o Sofi Stadium, de Inglewood), precisamente, onde será dado o pontapé de saída da edição deste ano da prova, na madrugada portuguesa do próximo domingo, com um confronto entre o México e a República Dominicana.
No mesmo dia em que começa a Gold Cup joga-se o PSG-At. Madrid, no Rose Bowl de Pasadena, também na área metropolitana de Los Angeles, há vários dias palco de manifestações e confrontos.
A cidade da Califórnia tem uma maioria da população de etnia hispânica, que, de resto, se confunde com a história daquela região que chegou a pertencer à coroa espanhola e ao México, após a independência, antes de integrar os EUA. Os raides ordenados por Donald Trump visando imigrantes já resultaram em centenas de detenções e têm servido de combustível para os protestos.
Além da abertura da Gold Cup, que terá jogos também no Canadá e no México, no domingo há um outro grande evento de futebol na região de LA: Pasadena recebe o primeiros dos seis encontros do Mundial de Clubes agendados para o estádio Rose Bowl, o que vai opor os campeões europeus Paris Saint-Germain ao Atlético de Madrid.
Com a baixa de Los Angeles sujeita a recolher obrigatório, a seleção mexicana já teve de mudar de hotel, devido a preocupações com questões de segurança. “A segurança de todos os participantes, adeptos e ‘stakeholders’ é a principal preocupação da Confederação”, disse ainda a CONCACAF, que ainda assim pretende organizar “um torneio de nível mundial, num ambiente seguro e inclusivo”.
A associação de adeptos europeus FSE (Fans Supporters Europe) também manifestou preocupação, referindo que “a atual abordagem policial nos EUA é completamente inapropriada para eventos desportivos internacionais”. “O contínuo uso da força contra manifestações pacíficas é especialmente alarmante, a FIFA tem de agir agora”, pediu.