Treinador português voltou a criticar a "toxicidade" da liga turca após a vitória sobre o Hatayspor, dizendo que, nos últimos dois jogos do Fenerbahçe, deviam ter sido exibidos "cinco cartões vermelhos"
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O Fenerbahçe, treinado por José Mourinho, venceu no domingo por 2-1 na receção ao Hatayspor, em jogo da 17.ª jornada da liga turca, restituindo uma desvantagem de oito pontos em relação ao líder Galatasaray (47).
No final da partida, o técnico português começou por considerar que a sua equipa, tendo em conta o caudal ofensivo que demonstrou, deveria ter goleado, em vez de vencer pela margem mínima.
“Jogámos bem hoje, dominámos do primeiro ao último minuto. Criámos várias posições [de golo] e todas foram claras. Em posições que chamo ‘meias-chances’, faltou-nos o passe final. O guarda-redes esteve bem, fez várias defesas. Chegámos muito bem à área, mas não fomos bons no último passe. É estranho que este jogo tenha acabado 2-1. Na prática, um resultado de 2-1 dá-nos três pontos, mas este jogo podia ter acabado 6-1, 7-1 ou 8-1. Estou feliz com o jogo que fizemos, mas não com as oportunidades que desperdiçámos”, apontou.
Nessa análise, Mourinho também apontou o dedo à arbitragem, voltando a criticar a “toxicidade” do campeonato turco.
“Os meus jogadores fizeram o seu melhor e tivemos um bom processo de trabalho durante nove dias. Hoje, atingimos uma vitória clara. Se as cores fossem diferentes, o jogo podia ter acabado 11 para oito, mas sabemos o quão tóxica é a liga em que jogamos. Os nossos adversários sabem e sentem isso. Eles sabem como jogar contra nós e como jogar contra outros adversários. Deviam ter havido cinco cartões vermelhos nos últimos dois jogos que fizemos. Os nossos jogadores veem e sabem disto e os adversários também. Precisamos de continuar no nosso caminho”, vincou.
Com base nessas críticas, o “Special One” não hesitou em visar a comunicação social turca após ser questionado sobre se a desvantagem da sua equipa em relação ao Galatasaray na classificação se deve apenas ao rendimento desportivo.
“Porque é que têm medo de dizer a verdade, porquê? Porque é que me fazem esta pergunta e tentam esconder a verdade? Do que é que as pessoas têm medo neste país? Eu sei que vocês são jornalistas, eu também podia ter sido jornalista. Do que é que têm medo? Vocês pensam que a diferença de pontos é apenas por causa do futebol jogado? Então digam a verdade, não mo perguntem”, concluiu.