"João Félix precisa de estabilidade e de um contexto onde seja a peça central"
Internacional jovem em vários escalões por Portugal, Pepê Rodrigues teve o grande destaque quando apareceu na equipa B do Benfica em 2016/17, jogando quase sempre como titular numa geração onde estavam Yuri Ribeiro, Rúben Dias, Florentino, Gedson, Jota, Diogo Gonçalves ou João Félix. Relação com João Félix aflorada.
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Como descreve a relação que construiu com os clubes que representou em Portugal, falando do Benfica, do Estoril, Vitória e Famalicão?
—Guardo um carinho enorme por todos os clubes que representei, pois, percorrendo todos eles, fiz amizades que levo para a vida! O Benfica foi a minha casa de formação, onde cresci não só como jogador, mas como pessoa. Sem qualquer dúvida, vou estar eternamente grato ao clube. Ali fiz amizades que me acompanham até hoje, que nunca me vão faltar, alguns dos quais continuam intimamente presentes na minha vida. O Estoril foi o primeiro grande salto no futebol sénior, abriu-me portas e deu-me confiança para enfrentar novos desafios. O Famalicão foi um projeto emocionante, com um grupo jovem e ambicioso. Já no Vitória encontrei uma massa adepta incrível e uma paixão única pelo clube. Em cada um deles deixei parte de mim e, mais importante, levei sempre algo que me fez evoluir.
Resumindo os anos que viveu no Benfica, que elementos destacaria do processo de formação e tendo raízes geográficas semelhantes a João Félix, como olha para a carreira dele? Se é alguém que já devia ter agarrado posição indiscutível no topo do futebol?
— Sobre a formação do Benfica, tenho muitos amigos que guardo com muito respeito e carinho. Os que mais me impressionaram foram o João Carvalho, o Renato Sanches, e claro, o João Félix. Trata-se de um caso especial, sempre foi daqueles jogadores que nos deixavam de boca aberta nos treinos, já que espelhava talento puro. Ele já alcançou muito, mas acho que ainda não encontrou o espaço certo para se firmar como referência mundial. O potencial está todo lá, só precisa de estabilidade e de um contexto onde seja a peça central. Acredito muito nele, porque o conheço desde os tempos em que ainda jogávamos sem grandes holofotes e ele já brilhava naturalmente. É um jogador muito especial.