Javier Tebas visa FIFA e UEFA: "Estão a canibalizar muitas ligas nacionais"
Presidente da LaLiga deixou críticas à UEFA e FIFA e pediu um maior diálogo em prol da competitividade dos campeonatos nacionais
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Javier Tebas, presidente da LaLiga, assumiu esta segunda-feira que tem receios quanto às consequências que a reformulação recente de provas europeias, como a Liga dos Campeões, poderão acartar para os campeonatos nacionais em termos económicos no futuro.
Num evento organizado pela agência Europe Press, o dirigente espanhol deixou críticas à UEFA e FIFA por terem decidido este tipo de novidades, sendo outro exemplo o novo Mundial de Clubes de 2025, sem consultarem primeiro os vários clubes e ligas representadas nessas provas internacionais.
“É muito importante que cada decisão seja acordada com os atores fundamentais: as ligas, os clubes, os sindicatos... Fez-se um Mundial de Clubes sem contar com nenhum desses atores. A FIFA e a UEFA devem cumprir uma série de normas que não estão a cumprir”, começou por apontar, defendendo que esta reformulações também não ajudam à competitividade dos campeonatos domésticos.
“O Mundial de Clubes obriga-nos a fazer outro calendário. O importante é que as competições de 20 clubes não se ganham com mais de 90 pontos. Esta liga [espanhola] quase de certeza que não vai passar dos 85 pontos, o que indica que é muito competitiva. O novo formato da Champions ocupou mais semanas do calendário e uma temporada com um Mundial de Clubes e a nova Champions ocupa mais semanas. Eles canibalizaram os direitos, veremos nos próximos tempos. É o mesmo de sempre: quando perde a competição nacional, ingressam mais os clubes que jogam na Europa”, vincou.
“Não é que não goste [da nova Champions] como adepto, mas sim das consequências que pode ter. Teremos de ver que efeitos económicos terá. Criou-se um Mundial de Clubes que não existia com o voto da UEFA e prolongou-se a nova Champions até 2034 sem terem em conta os clubes. Estão a canibalizar muitas ligas nacionais. A liga belga perdeu 30% dos direitos nacionais. A Premier League ficou na mesma, França perdeu 300 milhões de euros e a Champions duplicou os que tinha. Eu não digo que gosto ou não, mas é evidente que teremos de nos sentar”, concluiu, apelando a um maior diálogo com a FIFA e a UEFA.