Itália tenta Spalletti, mas terá de pagar ao Nápoles: "É uma questão de princípios"
Treinador assinou cláusula quando rescindiu com o campeão italiano que dita que terá de pagar ao clube um milhão de euros para treinar em 2023/24
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Luciano Spalletti rescindiu com o Nápoles depois de conquistar o scudetto e no acordo ficou contemplado que não poderia voltar a treinar pelo menos em 2023/24, a não ser que pagasse uma indemnização ao clube do sul de Itália. Uma cláusula que está a adiar a sua contratação pela seleção de Itália para suceder a Roberto Mancini e que está a criar muita polémica.
"Não é uma querstão de dinheiro, mas sim de princípios", atirou Aurelio De Laurentiis, presidente do Nápoles.
"Foi livremente acordado entre as partes que haveria este constrangimento económico, porque a 5 de julho ele poderia ter-se mudado para a Juventus, Milan ou Inter. Agora existe a hipótese da seleção, mas nada muda", afirmou Grassani, um dos advogados presentes na assinatura da rescisão de Spalletti com o Nápoles.
"Spalletti é hoje absolutamente livre de assinar, mas para isso deve respeitar os compromissos económicos que assinou há um mês. A questão é apenas de natureza económica, ele não tem de pedir permissão ou autorização ao Nápoles, mas se se coloca este tipo de obrigação que é livremente assumida, assistida por advogados de confiança e assinada perante as autoridades estatais que ratificaram este acordo... E um clube é equiparado a uma seleção nacional em termos de obrigações, de pagar uma indemnização que é uma contrapartida que levou o Nápoles a dar a sua aprovação, porque Spalletti teria permanecido no cargo se não tivesse terminado a sua relação", concluiu.
A federação italiana entende que não pode pagar a um clube sob a sua égide, por respeito, clareza de processos e equilíbrio. Mas há a possibilidade de ser o próprio Spalletti a pagar, ou até um patrocinador, uma forma de ultrapassar este obstáculo.
De Laurentiis aprofundou a temática, em defesa do acordo assinado e que o levou a ter de procurar um novo técnico para a temporada que acaba de começar: "Não é uma querstão de dinheiro, mas sim de princípios. Se lhe oferecem um salário de três milhões líquidos por três anos, podem pagar um milhão bruto por ano para o libertar da sua obrigação contratual. Por gratidão pelo seu trabalho, não hesitei, embora pudesse ter-lhe pedido que respeitasse o seu contrato. Por isso, dei-lhe a possibilidade de ter este longo descanso. Consequentemente, fui à procura de um treinador que pudesse substituir Spalletti, alguém com grande experiência e prestígio. Estou muito contente por ter encontrado Rudi Garcia, que irá certamente fazer um ótimo trabalho. Voltando a Spalletti, ouvindo a voz e o sentimento dos milhões de adeptos do Nápoles que sentem uma ligação profunda com o treinador da equipa campeã de Itália, ao conceder-lhe a possibilidade de não cumprir o seu contrato, pedi garantias quanto ao respeito deste período sabático, prevendo uma penalização no caso de o seu compromisso não ser cumprido.
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