Fernando Santos não gosta da palavra, mas, não havendo Cristiano Ronaldo, é mesmo disso que se trata: um teste esta quinta-feira (19h45) para apalpar o pulso da equipa e fora da zona de conforto, em casa da Inglaterra. Acompanhe o nosso enviado especial a Wembley.
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Procurar a porta certa no majestático Estádio de Wembley pode ser um desafio, e é seguramente o princípio de uma boa conversa, porque, aqui, todas as portas são certas para falar sobre futebol. "Então, e amanhã, quem ganha?", dispara um dos seguranças da receção na porta principal, já depois de indicar a O JOGO o caminho a seguir para a conferência de Imprensa. "Pena o Ronaldo não jogar, mas a equipa depende assim tanto dele?" É uma excelente pergunta a que Fernando Santos não se tem cansado de responder e que, hoje, Inglaterra poderá também ajudar a esclarecer melhor no penúltimo ensaio antes do Euro. Ainda que o selecionador não goste da palavra teste, terá mesmo de conviver com ela, porque, de novo sem Ronaldo, daqui resultarão conclusões. Boas ou más. Se depender do palpite do segurança inglês, e no que toca ao resultado apenas, serão más: "2-1, ganha a Inglaterra." Diz ele.
Com um ataque de improviso, possivelmente com Nani e Rafa, porque Fernando Santos escondeu ontem o jogo, sobra a interrogação do costume, à boleia das dúvidas sobre o que vale Portugal sem a sua principal referência na frente. Ironicamente, no que toca a pontas de lança, o dilema inglês é bem diferente: quem deve Roy Hodgson escolher para jogar no meio? Uma das discussões à volta da equipa tem sido esta. Juntos, Harry Kane e Jamie Vardy somaram 49 golos na última Premier League. E há também Rooney ou Marcus Rashford envolvidos nessa discussão. Embora flexível, o 4x3x3 que Hodgson tem usado (desdobrável em 4x4x2 losango) favorece Kane, principal candidato a assumir esse papel específico no meio, mas nem isso arruma Vardy da equação. Hodgson aprecia as cavalgadas do avançado do Leicester, entende que pode tirar partido delas para aproveitar momentos de desconcentração defensiva dos adversários e, neste contexto de decisões, Portugal surge como desafio ideal para fortalecer a teoria de que os dois são compatíveis, embora Rooney deva relegar o campeão pelo Leicester para o banco.
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