Luis Suárez com críticas para o atual selecionador do Uruguai.
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Luis Suárez já se retirou da seleção uruguaia, onde foi figura durante vários anos, e não esconde alguma mágoa com a postura de Marcelo Bielsa, conforme admitiu numa entrevista à DSports.
"Na Copa América houve situações que me magoaram e que não contei por uma questão de convivência. Muitos jogadores fizeram uma reunião para pedir ao treinador que pelo menos nos desse um bom dia. Ele nem sequer nos cumprimenta. Tive uma conversa de cinco minutos com Bielsa a falar sobre o assunto e no final ele apenas respondeu ‘muito obrigado’", contou o goleador.
"Só tínhamos uma relação profissional. A primeira conversa que tive com ele foi antes da Copa América, essa foi pessoal. Na primeira convocatória, ligou-me, e só voltou a fazê-lo num treino, por uma pressão que não estava a fazer. Não falei com ele até surgir uma situação com Darwin Núñez", disse ainda. No que toca ao ex-Benfica, agora avançado do Liverpool, tentou apoiar o jogador depois deste chorar no intervalo de uma partida com a Argentina. "Vi o Darwin a chorar e disse-lhe: 'Estás aqui pelo seu mérito, pelo que trabalhas, és um goleador e és o melhor. Tens de continuar assim, esquece o que os outros dizem. Lava o rosto, sai e joga. É por isso que quando ele marcou o golo eu fui o primeiro que ele cumprimentou. Para mim, Darwin precisa de carinho, apoio e contenção, e não de outras coisas. Encontrei o treinador no corredor e disse-lhe: 'Não vamos ajudá-lo com essas coisas.' Fiquei surpreso e disse-lhe que era preciso apoiá-lo. Após a vitória, Bielsa cumprimentou-me e disse: 'Sabe o que está a acontecer? Se eu não falar assim com ele... Você viu o que aconteceu no segundo tempo. E eu disse a ele que a minha parte era contê-lo”, descreveu.
A relação com os adeptos e funcionários da seleção também foi visada. "Bielsa não deixa os funcionários entrarem, cumprimentarem e comerem connosco. Parte-me o coração que a seleção viva assim hoje. Bielsa faz uma conferência e fala coisas maravilhosas das pessoas e em Nova Iorque houve um dia em que nos pediu para não pararmos para cumprimentar as pessoas. Eu parei e disse-lhe que íamos saudar as pessoas de todas as maneiras", referiu Suárez.
"Ninguém se admira que um jogador como Vecino, de 30 anos, tenha ido embora durante a noite? Para um jogador de 29 ou 30 anos tomar essa decisão é porque chegou ao limite de se sentir ignorado, menosprezado. Não é surpreendente que haja mais casos", completou.