Governo pede suspensão do Brasileirão devido à tragédia no Rio Grande do Sul
Ministro do Desporto brasileiro vai pedir uma suspensão dos campeonatos masculino e feminino à CBF durante duas semanas, para que se possa "iniciar a recuperação" da zona afetada pelas cheias dos últimos dias
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André Fufuca, ministro do Desporto brasileiro, revelou na quinta-feira que vai pedir à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) uma suspensão dos principais campeonatos masculino e feminino de futebol durante duas semanas, de forma a que se possa “iniciar a recuperação” do Rio Grande do Sul, estado que tem sido afetado por temporais e grandes cheias nas últimas duas semanas.
De acordo com a Globo Esporte, este anúncio chega depois de o governo brasileiro ter anunciado que irá investir 26 milhões de reais (4,69 milhões de euros) para ajudar na recuperação daquele estado, numa altura em que a tragédia já resultou em 107 mortos e 136 pessoas desaparecidas até ao momento.
“Perante o cenário de calamidade pública e das severas consequências das cheias para a população do Rio Grande do Sul, defenderemos junto da CBF a suspensão temporária campeonatos brasileiros de futebol masculino e feminino. Deveriam ser paralisados. É um prejuízo humanitário e desportivo. Parar por duas semanas seria razoável. Enviaremos um representante esta sexta-feira para a CBF, colocando-nos à disposição para dialogar e encontrar um caminho conjunto”, afirmou o ministro, em declarações à ESPN.
Refira-se que a CBF, a pedido da Federação Gaúcha de Futebol, já suspendeu as partidas do Grémio, Internacional e Juventude, emblemas do Rio Grande do Sul que competem no Brasileirão, até ao dia 27 de maio.
Questionado sobre esse assunto após a vitória do Bragantino sobre o Racing (2-1), na quarta jornada da Taça Sul-Americana, Pedro Caixinha deixou uma palavra solidária à população gaúcha, frisando que a decisão de suspender competições cabe apenas às entidades reguladoras.
“Temos que estar solidários com as pessoas que foram vítimas destas tragédias. Estamos a falar de famílias que perderam praticamente tudo e de pessoas que precisam de ajuda. As equipas envolvidas nisto foram nitidamente afetadas nas suas instalações de trabalho diário e nos estádios. Não tendo essa disponibilidade estrutural, não podem exercer o seu trabalho. Nós somos solidários e não podemos ter nenhuma opinião a mais sobre isso, porque quem tem que tomar essa decisão é a CONMEBOLe a CBF”, comentou o treinador português, em conferência de imprensa.