Governo inglês aperta cerco a empresas de redes socias no combate ao racismo
Secretário de estado do Digital, Cultura, Media e Desporto do Reino Unido anunciou a posível criação de um quadro legal mais vigoroso para mitigar atos de discriminação contra futebolistas
Corpo do artigo
Oliver Dowden, secretário de estado inglês do Digital, Cultura, Media e Desporto, garantiu, esta quarta-feira, que o governo de Boris Johnson pondera a aplicação de maior rigidez legislativa e penal para combater os atos racistas contra futebolistas nas redes sociais.
"Estamos dispostos a tomar medidas legislativas mais duras e preparados para sermos duros. Se não cumprirem os próprios termos e condições, enfrentarem o dever de cuidado, então iremos impor multas muito grandes, até 10% do volume global de negócios. Para algumas destas grandes empresas tecnológicas, falamos de milhares de milhões de libras", referiu o político, dirigindo-se ao Twitter e ao Facebook (dono do Instagram).
Em declarações ao órgão de comunicação social BBC, Oliver Dowden anunciou que o executivo do Reino Unido reserva "o direito a sanções penais, para altos quadros ou casos mais flagrantes [de racismo]" ocorridos publicamente.
As declarações do político britânico surgem na sequência dos atos de cariz racista contra futebolistas de equipas da Premier League durante a última semana, que receberam várias mensagens e comentários desrespeitosos face à cor de pele.
Entre eles, Marcus Rashford, Anthony Martial e Tuanzebe (Manchester United), Reece James (Chelsea) ou Romaine Sawyers (West Brom) foram alguns dos visados por utilizadores das redes sociais como Facebook ou Instagram. O primeiro, mais uma vez, denunciou a situação vivida.
Além do governo do Reino Unido, também a FA (Football Association), organismo que superintende o futebol no país, apelou recentemente ao fim dos "desprezíveis insultos" racistas e atribuiu responsabilidades as próprias gigantes tecnológicas na estratégia de combate ao flagelo social.