O antigo defesa do Manchester United e atual comentador desportivo treinou o Valência na época 2015/16, numa experiência que o próprio recorda com arrependimento
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Gary Neville, antigo defesa do Manchester United e atual comentador desportivo, recordou esta quinta-feira a época de pesadelo que atravessou em 2015/16, após ter aceitado um convite para treinar o Valência.
Neville, que enquanto treinador contava apenas com uma experiência enquanto adjunto na seleção inglesa, entre 2012 e 2015, admitiu que ter assumido o leme no clube espanhol foi um erro da sua parte, já que não estava preparado para competir com treinadores de alto nível.
“Não trabalhei o suficiente, não estava preparado, foi um favor a Peter Lim [dono do Valência desde 2014]. Depois de um par de meses a trabalhar no Valência, lembro-me de me olhar ao espelho numa manhã e pensar que tinha um aspeto doente”, apontou, em direto para o podcast “Stick To Football”.
“Lembro-me que jogámos três vezes contra o Athletic Bilbau, nos quartos de final da Liga Europa e uma vez na Liga. Ernesto Valverde era o treinador deles e jogou num sistema diferente daquele que pensava que usaria e depois mudou-o durante o jogo. Lembro-me de pensar que não estava nem perto desse nível. Ver Valverde foi a primeira vez que senti que estava a quilómetros de distância e depois treinei contra Diego Simeone e nesse dia senti que ele me tinha superado em todos os sentidos, com a sua tática, intimidação e os seus gestos”, enalteceu.
O antigo defesa direito inglês recordou ainda um gesto de Luis Enrique, que na altura treinava o Barcelona, que também o fez perceber, na altura, que treinar na LaLiga não era onde deveria estar.
“Perdemos 7-0. Quando ganhavam 5-0, ele não substituiu Neymar nem Messi nem Suárez e no final do jogo, passou junto a mim e não me estendeu a mão. Senti que me estava a enviar uma mensagem de que não pertencia ali”, concluiu.
Desde essa temporada para esquecer, em que registou apenas 10 vitórias em 28 partidas orientadas no Valência, Neville deixou a carreira de treinador e dedica-se exclusivamente ao papel de comentador desportivo.