Economista, pai de seis filhos, herdou de uma família ligada à promoção de imóveis e à construção a sua astúcia negocial.
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Frank McCourt anda nas bocas do mundo. Não por ter finalizado mais um acordo milionário - o momento não está para operações dessas -, mas por integrar o pelotão da frente nos cortes salariais nos clubes devido à pandemia do coronavírus. Este milionário norte-americano, nascido em Boston há 66 anos, é o proprietário do Marselha, clube que adquiriu por 45 milhões de euros a 17 de outubro de 2016, tirando-o das mãos da família Louis-Dreyfus.
A Covid-19 não dá tréguas e, com ela, chegaram as primeiras medidas de emagrecimento. Segundo a Imprensa francesa, o plantel orientado por André-Villas Boas sofreu uma redução salarial de 16%. McCourt, entretanto, enviou uma carta aos funcionários para tranquilizá-los, mas a preocupação é crescente sobretudo para os que não nasceram com o dom da bola. "Garanto que vocês e as vossas famílias ficarão bem", escreveu o dono do clube, que puxou pela alma marselhesa, agarrado à ideia de "paixão" pelo clube, tantas vezes exibida nos seus discursos.
O norte-americano adotou uma política radicalmente oposta à de Nasser Al Khelaifi, dono do PSG, habituado a açambarcar algumas das melhores estrelas do planeta futebolístico
Foi nesse espírito que assumiu o compromisso de virar o jogo para o lado do Marselha quando assumiu o poder e designou Jacques-Henri Eyraud como braço-direito: os adeptos são a força do clube e a sua principal arma. O norte-americano adotou uma política radicalmente oposta à de Nasser Al Khelaifi, dono do PSG, habituado a açambarcar algumas das melhores estrelas do planeta futebolístico. McCourt gosta de estar próximo dos adeptos, diz-se "condutor" e não "dono" do clube e explica porque investiu no único campeão europeu de França. "O Marselha é dos últimos, senão o último, dos clubes de futebol de primeira linha europeus adquiríveis", declarou.
Economista, pai de seis filhos, herdou de uma família ligada à promoção de imóveis e à construção a sua astúcia negocial. Em 2004 comprou a equipa profissional de basebol do Los Angeles Dodgers, após falhar a aquisição dos Boston Red Sox. Venceu três títulos e cumpriu uma etapa desportiva, mas sem perder de vista as suas empresas: a McCourt LP e McCourt Global, além da Maratona de Los Angeles.
Dono do clube francês com mais adeptos, diz-se que conheceu Emmanuel Macron, presidente de França, quando comprou o Marselha e ainda troca impressões com este membro da gigantesca família de seguidores do OM. A ligação de McCourt à elite francesa terá muito a ver com o cargo da ex-mulher, Jamie McCourt, embaixadora dos Estados Unidos em França, com quem esteve casado 32 anos.